Associação da Cohama é alvo de protesto por moradores

Moradores do bairro Cohama realizaram uma manifestação pacífica na manhã deste sábado (2) em frente à sede da Associação dos Moradores da Cohama (ACMC). O ato teve como objetivo denunciar irregularidades cometidas pela atual diretoria da entidade, cujo mandato, originalmente de três anos, já ultrapassa quatro anos sem nova eleição ou justificativa legal plausível.

Segundo Cesar Veiga, morador da Rua 4 e um dos organizadores da manifestação, “o mandato já acabou, e a diretoria insiste em permanecer com base em justificativas que não procedem. “Viemos alertar as autoridades e exigir respeito ao estatuto e à vontade da comunidade”, falou.

A manifestação ocorreu na calçada da entidade, que, segundo os moradores, mantém-se frequentemente fechada, impedindo o acesso dos associados às instalações e às informações da gestão. Entre as denúncias feitas pelos manifestantes estão:

• Exclusão arbitrária de sócios, inclusive fundadores, sem direito à ampla defesa;
• Impedimento de regularização financeira e associativa;
• Associação de pessoas externas ao conjunto habitacional;
• Falta de transparência na gestão de recursos, como os aluguéis dos terrenos utilizados pela antiga Batuque Brasil e pelo Arraial Pertinho de Você, além de receitas geradas com a instalação de outdoors na Av. Daniel de La Touche.

A diretoria da ACMC já perdeu três ações judiciais, duas na Vara de Interesses Difusos e Coletivos e uma na Instância criminal relacionadas às acusações mencionadas e outras não incluídas nesse rol.

Outra preocupação levantada pelos moradores é a convocação de uma assembleia geral para o dia 13 de agosto, com o objetivo de alterar o estatuto da associação. Segundo os organizadores do protesto, a exclusão de associados legítimos compromete a representatividade e a legalidade da assembleia.

Lindalva Alves Carneiro, de 85 anos, uma das fundadoras da associação, relatou que pagava regularmente suas mensalidades, até que deixaram de fazer a cobrança em sua residência. Segundo ela, que ainda possui carteira de sócia proprietária, não tentou se regularizar por discordar da falta de transparência da atual administração. “Estou aqui lutando por uma coisa que eu sei que é nossa”, pontuou a aposentada, que classifica a situação, incluindo a associação de pessoas de bairros vizinhos, como “um golpe contra a comunidade”.

A comunidade exige que a assembleia seja suspensa e que a diretoria convoque novas eleições de forma aberta, participativa e transparente, como prevê o estatuto da ACMC.