
As dançarinas maranhenses Rebeca Carneiro e Andressa Brandão irão representar o estado com o espetáculo “Abayomi – a resposta está na ancestralidade” na circulação nacional do Sesc Amazônia das Artes 2025, que celebra este ano a 15ª edição do projeto.
Ao todo, a dupla maranhense seguirá com a apresentação ao longo dos meses de agosto, setembro e outubro, em dez estados, com foco na região Norte, Nordeste e Centro-Oeste – entre as cidades, estão Belém (PA), Boa Vista (RR), Manaus (AM), Palmas (TO), Cuiabá (MT), entre outros. A primeira parada ocorre no dia 8 de agosto, em Macapá, no Amapá.
Espetáculo de Dança Contemporânea com foco na reflexão e no diálogo sobre pertencimento e identidades originárias brasileiras, “Abayomi” é marcado pelas identidades de Ita e Jurema, duas encantadas muito conhecidas nos cultos de religiões de matriz africana no Maranhão – apresentadas respectivamente pelas atrizes e dançarinas Rebeca Carneiro e Andressa Brandão.
Ao longo da apresentação de 40 minutos, a obra se destaca ao unir as ricas perspectivas da cultura popular, onde se referencia no Sotaque da Baixada de Bumba Meu Boi, revisitando e reconstruindo narrativas e corporeidades brasileiras que remetem aos povos originários, tomando como ponto de partida a linguagem da Dança Contemporânea e os atravessamentos da Dança Popular no Maranhão, tradição do folclore, Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade e espiritualidade.
“Para nós, ‘Abayomi’ é um espaço de valorização dos povos originários e das suas complexas identidades culturais. Estar no palco com este espetáculo é reconhecer e celebrar as fusões que formam a identidade brasileira considerando toda a sua diversidade. Uma forma que encontramos de prestar tributo às identidades brasileiras originárias denominadas caboclas, cultuadas em muitos ritos de religiões de matriz africana no Brasil”, analisa Rebeca Carneiro.
Com produção da Cia Odu Artes Cênicas, a performance irá representar o Serviço Social do Comércio do Maranhão (Sesc-MA) durante todo o circuito Sesc Amazônia das Artes 2025. Recentemente, no último mês de julho, “Abayomi – a resposta está na ancestralidade” realizou uma apresentação única na 5ª edição do Festival Iyás em Salvador (BA), um dos maiores festivais de cultura negra do Brasil, conquistando elogios do público baiano.
“Para todos nós envolvidos no espetáculo têm sido um momento ímpar poder representar o Sesc-MA em diversos estados do Brasil. E além de levar nossa arte, poder levar nossas narrativas, falar das nossas histórias e das figuras importantes dentro dos ritos de religiões de matriz africana. É uma obra importante justamente por visar inspirar e educar a próxima geração, para que tenhamos as linguagens ancestrais e originárias do nosso país de formas mais consistentes e vivas em nossas memórias”, destaca Andressa Brandão.
Em setembro, “Abayomi – a resposta está na ancestralidade” retorna ao Maranhão para uma sessão especial em São Luís. Mais detalhes sobre a turnê nacional completa serão informados no Instagram oficial da Cia Odu Artes Cênicas, no link: https://www.instagram.com/ciaodubrasil?igsh=MW1sZDM0czB2bDA2dg== .
Elenco
A obra artística “Abayomi” é estrelada pelas artistas Rebeca Carneiro e Andressa Brandão. Rebeca Carneiro é bailarina, coreógrafa, professora de dança, atriz e psicóloga. Começou seus estudos em dança em 2002, e tem formação em ballet clássico, jazz e contemporâneo. Trabalha profissionalmente em montagens de espetáculos desde 2014 – em 2015, integrou a equipe da Encanto Coletivo Cultural.
Rebeca assinou a direção de inúmeros espetáculos para a Vertu Casa de Artes entre 2015 e 2018. Atualmente, faz parte do elenco do Ateliê Contemporâneo e Grupo Rua – dentre seus últimos trabalhos, estão o balé “Frida” e “Mamma Mia!”. Estuda dança contemporânea, e atualmente aprofunda seus interesses em partitura corporal e dramaturgia do movimento para composição de seus trabalhos.
Já Andressa Brandão é bailarina profissional, dançarina de salão, atriz, coreógrafa e produtora cultural em São Luís. Sua vida artística começou em 1999, como bailarina clássica. Hoje, trabalha profissionalmente em espetáculos de artes cênicas e também no setor audiovisual, como atriz, cantora, dançarina e preparadora de elencos. Assinou obras como Ópera do Malandro – Chico Buarque, Bandeira de Aço – Papete, além de colecionar premiações em festivais de cinema no Maranhão. Atualmente, é presidente da Pìtàn Produções, onde realiza produções culturais em todo Brasil.
Cia Odu Artes Cênicas
Manifesto pelo corpo brasileiro, a Cia Odu Artes Cênicas é uma companhia de Dança Contemporânea com o objetivo de contar histórias não contadas. Os odus, em sua etimologia, significa “destino”, mas também são uma representação gráfica e simbólica de narrativas dos povos originários. São eles que (re)direcionam e põem os corpos em movimento a partir das intenções e desejos.
Os odus são também reconhecidos como fonte de conhecimento ancestral, uma tecnologia de sobrevivência que atravessa o tempo. São histórias que demarcam e estruturam caminhos, vivências e experiências humanas sempre pautados numa referência ancestralizada e, portanto, também decolonial, o que casa com a proposta criativa da companhia: o investimento e escolha de referenciar em busca de perspectivas não eurocêntricas.
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/08/bailarinas-maranhenses-representam-o-estado-em-turne-nacional-do-sesc-amazonia-das-artes/