
Anil é um bairro de classe média e média baixa com grande atividade desportiva e de cultura popular muito significativa. Seu povoamento foi inicia juntamente com o século XIX. Está localizado entre os bairros da Aurora, Cruzeiro do Anil, Cutim, Angelim e Santa Cruz.
O bairro se desenvolveu com ênfase na educação, nos esportes e na cultura popular, tendo como sua força motriz a classes operária, que trabalhava na fábrica de tecidos Rio Anil e que promovia a circulação de riquezas no bairro, que, como passear do tempo adquiriu autonomia econômica com comércio forte de gêneros alimentícios e até mesmo de produtos manufaturados importados de outros centros e vendidos em lojas estabelecidas nas avenidas principais do bairro.
Nos esportes, o Anil se destacou com oa aparecimentos de jogadores de futebol que se destacaram no cenário esportivo do estado, o que fez o Anil ser tratado pela crônica esportiva da época como “celeiro de craques”.
A vida esportiva e cultural girava em torno da Fábrica de Tecidos e Fiação Rio Anil. Conforme o jornalista Cordeiro Filho, nascido e criado no Anil, os operários da fábrica, em sua maioria, eram os partícipes da brincadeiras da cultura popular que haviam no Anil, notadamente a Escola de Samba Águia do Samba, São João dos Carneirinho que saia na época junina, da qual hoje não se fala mais, e outra que não mais existem.
O Anil e sua história
O anilense Vitor Ribeiro Filho, em pesquisa realizada para uma livro de sua autoria, editado independentemente, em 1991, a principal via de ligação do núcleo urbano com os aldeamentos e vilas do interior da ilha de São Luís, estendia-se do final da Rua Oswaldo Cruz (Rua Grande), passando pelo Alto da Carneira (elevado do Monte Castelo), pelo Areal (bairro do Monte Castelo) e João Paulo, até alcançar o bairro do Anil.
Atualmente corresponde às Avenidas Getúlio Vargas e São Marçal (João Pessoa).Este conjunto de avenidas que liga o Anil ao Centro, era chamado de Caminho Grande. Consta que o Anil fica distante do Centro da capital, nove quilômetros.
Caminho cercado por sítios, chácaras e quintas
Fazendo parte da área rural de São Luís, o caminho era cercado por sítios, chácaras e quintas de famílias tradicionais da cidade.

O Anil ganhou importância em razão de sua localização privilegiada, com acessos terrestre e fluvial, abrigando um posto de fiscalização que controlava a passagem de pessoas e mercadorias vindas do interior do estado da Maioba, Paço do Lumiar e Iguaiba, que eram os maiores produtores de frutas e verduras que abasteciam a cidade de São Luís. O povoamento, então, chamado de Vila, foi elevado à categoria de Bairro, através do Decreto Municipal de 1933.
A origem do nome do bairro vem do Rio Anil, em razão da extração duma fécula azul que servia para branquear tecidos, e que foi denominada pelos árabes de anil. A extração era feita por meio do amolecimento das folhas da planta (chamada pelos indígenas de “cauaçú”) nas águas do rio, que ficavam com coloração azul.
Às margens do rio, foram instalados empreendimentos importantes para o desenvolvimento do município: uma fábrica para obtenção do anil (1765), durante a gestão do governador Pedro César de Menezes (1671-1678), uma indústria de beneficiamento de arroz, patrocinada pela Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, e a Companhia de Fiação e Tecidos Rio Anil, em torno da qual o bairro foi estruturado.
Consta também que em 1893, com o crescimento da relevância econômica e social do bairro, a Companhia Ferro-Carril do Maranhão construiu dez quilômetros de trilhos até o Anil, por onde circularia o bonde puxado por cavalos, substituído posteriormente por bondes elétricos na década de 20 do século XX, valorizando as terras nas suas margens e levando à construção de novas residências.
Nas décadas de 1940 e 1950, o Anil contava com infraestrutura e equipamentos sociais e culturais: dois colégios e dois educandários, em regime de internato (o Educandário Santa Cruz e o Educandário Santo Antônio); o campo do Botafogo, pertencente à Fábrica, e o balneário no Rio Anil, além de dois cinemas, o Rivoli e o Anil, e dos famosos bailes populares.
Pela Lei Estadual n.º 269 de 1948, é criado o distrito do Anil (anexado ao município de São Luís), que existiu até 1997.


Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/08/bairro-do-anil-historia-com-economia-esporte-e-cultura/