Esquentou o clima nos bastidores da Federação Maranhense de Futebol, onde dois grupos se digladiam. Um deles, composto de 17 das 33 entidades filiadas encaminhou, no último fim de semana, um Ofício Conjunto à interventora Susan Lucena, requerendo, em caráter urgente, a designação de data e horário para Assembleia Geral Extraordinária, reafirmando a concordância com o afastamento de Antônio Américo e toda diretoria, e aderem à intervenção determinada pelo Dr. Douglas Martins na Ação Civil Pública, proposta pelo Ministério Público do Maranhão diante de supostas irregularidades constatadas, já amplamente divulgadas na Ação Civil Pública.
Todavia, um outro grupo ligado a Antônio Américo contesta as afirmações e diz que houve falsificação de assinaturas.
O caso já é do conhecimento da Polícia Civil, onde foi feito um Boletim de Ocorrência. Ao mesmo tempo, também foi encaminhado um Requerimento à interventora com uma lista de apoiadores do presidente afastado, pedindo a não realização da Assembleia.
Na semana passada, a interventora informou, num relatório inicial, haver indícios de confusão patrimonial e movimentações financeiras suspeitas por parte da administração recentemente afastada, cujo contador estaria dificultando as investigações nas contas da FMF.
Polêmicas seguem com ataques e defesas
No ofício enviado à interventora Susan Lucena, os autores do pedido de realização da Assembleia em caráter de urgência, reproduzem o que foi denunciado pelo Ministério Público do Maranhão, quando relata “indícios graves de irregularidades administrativas e financeiras: confusão patrimonial entre a FMF e o Instituto Maranhense de Futebol (IMF); saques em espécie realizados entre 30/07 e 04/08/2025, somando R$ 88.000,00; transferências via PIX do IMF para a FMF; saldo negativo em contas bancárias; e pagamento de despesas odontológicas sem vínculo com a finalidade estatutária, entre outras ocorrências.
O pedido objetiva resguardar governança, transparência, segurança jurídica e continuidade das competições, em resposta a questionamentos formulados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
E enfatiza: “A representatividade é expressiva e evidencia apoio consolidado: os dezessete (17) signatários correspondem a 70,83% dos vinte e quatro (24) filiados que participaram das assembleias da FMF em janeiro e a 51,52% do total de trinta e três (33) filiados com direito a voto, configurando maioria do colégio eleitoral. E finaliza afirmando que:
“A representatividade é expressiva e evidencia apoio consolidado: os dezessete (17) signatários correspondem a 70,83% dos vinte e quatro (24) filiados que participaram das assembleias da FMF em janeiro e a 51,52% do total de trinta e três (33) filiados com direito a voto, configurando maioria do colégio eleitoral”.
Falsificação?
O documento eletrônico foi assinado digitalmente por diversos clubes e ligas filiadas à FMF, incluindo a Liga Caxiense de Futebol. No entanto, O Boletim de Ocorrência, registrado em 16 de agosto de 2025 na Delegacia Regional de Caxias, descreve que Edmilson recebeu cópia do ofício e notou que a assinatura, que consta como sendo de sua autoria, não foi feita por ele.
O relatório indica que a assinatura de Edmilson Coutinho Beleza, na verdade seria de uma outra pessoa que assinou em nome da Liga Caxiense de Futebol sem sua autorização. Também há informações de que o presidente do Tuntum Esporte Clube afirmou não ter autorizado sua assinatura no documento, que teria sido aposta pelo contador do clube sem qualquer consulta.
Há um grupo que permanece fiel a Antônio Américo, inclusive passando informações de que o pedido da Assembleia teria sido articulado em comum acordo entre a própria interventora, o presidente do Sampaio Corrêa, Sérgio Frota, seu advogado Pérez Paz, e o presidente da Liga de Pinheiro, Filemon Guterres. Não conseguimos contato com os acusados.
O presidente (afastado) da FMF, também tem evitado fazer declarações e foi procurado por O IMPARCIAL mas não se manifestou. Limitou-se apenas a exibir os “prints” de notícias publicadas em um blog e da cópia do manifesto dos clubes que o apoiam, em que pedem para que não seja autorizada a realização da Assembleia Geral Extraordinária do Grupo dos 17, que se forem confirmadas as falsificações não formará maioria absoluta no atual momento.
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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/08/bastidores-da-fmf-viram-caso-de-policia/
