29 de junho de 2025
Bebês Reborn: a arte e emoção dos filhos de silicone
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Feitos para parecerem crianças de verdade, os famosos bebês reborn viraram febre na internet mundial e nacional. Mesmo ainda sendo novidade para muitos brasileiros, esta subcultura vem despertando o interesse, a curiosidade e o estranhamento de milhares de pessoas. Com o objetivo de aparentar o máximo de características humanas, tais bonecos são produzidos com vinil de silicone e pintados de forma manual, possuem veias, manchas de pele, cílios, peso semelhante ao de um recém-nascido e em alguns casos funcionam com mecanismos que reproduzem choros e batimentos cardíacos.

A arte de criar bebês reborn (renascido em inglês) nasceu nos Estados Unidos da América em 1990, o termo refere-se à transformação de um boneco comum em algo com aparência mais viva e semelhante aos humanos. Inicialmente, tal prática começou como um nicho presente dentro do colecionismo de bonecas, no entanto a atividade rapidamente se expandiu.

Atualmente, os reborns são utilizados não apenas como item de colecionador, mas também como instrumentos terapêuticos em diversos cenários — desde ajudar no luto por uma perda gestacional ou até mesmo oferecer conforto a pessoas com Alzheimer, depressão, ansiedade e entre outras condições.

Diferentes usos dos bebês reborn

Criados para possuir uma aparência hiper-realista, os bebês reborn possuem diversas atribuições e finalidades, enquanto algumas pessoas compram estes bonecos somente para colecionar de forma artística, outras realmente criam como uma criança viva.

Entrevistada recentemente pelo Fantástico, a bióloga Carla Alves é o exemplo de uma mãe que mesmo com filhos adultos, decidiu investir dinheiro para adquirir bebês reborn. Conforme sua entrevista, as bonecas hiper-realistas eram almejadas por ela há muito tempo.

Carla segura suas bonecas reborn — Foto: Reprodução/TV Globo

Carla ressalta que não possui vergonha em ter as bonecas, e destaca que não liga para opinião alheia, segundo ela: “Aí o pessoal fala: ‘ah, mas essa idade, brincar de boneca…’ Eu falei: ‘gente, eu não brinco de boneca. Eu só gosto de colecionar, porque eu gosto do realismo das bonecas’“, afirma.

Colecionismo artístico

Além das mulheres que vivem com seus bebês reborn de maneira íntima e privada, algumas preferem seguir por um caminho onde o anonimato deixa de ser prioridade. Ultrapassando as barreiras de um simples hobby, diversas influenciadoras digitais compram tais bonecos para colecionar de forma artística, muitas vezes utilizando-os para criar conteúdos virais, como lives, vídeos e outros materiais para divulgação.

A influenciadora Nane Reborns é um dos perfis que fomenta a comunidade de bonecos hiper-realistas no Brasil. Em seu perfil nas redes sociais, ela divulga vídeos em que mostra a rotina de cuidados dos seus bebês. Além dela, diversas celebridades brasileiras aderiram ao colecionismo e criação destes filhos não humanos, como o Padre Fábio de Melo, Sabrina Sato e entre outros famosos.

Famosos que adotaram bebês reborn

Gracyanne Barbosa

Recentemente a ex-bbb e influenciadora Gracyanne Barbosa divulgou em suas redes sociais a adoção do seu boneco realista nomeado de “Benício”. Em sua publicação, a famosa expressa que inicialmente enxergava esta subcultura com certa estranheza, mas que com o tempo mudou sua visão sobre o assunto.

Nicole Bahls

Com o objetivo de treinar para posteriormente ser mãe de uma criança real, a modelo divulgou uma foto em suas redes sociais onde estava com dois bebês reborn, sendo um deles com caraterísticas humanas, e outro caracterizado com rosto de porquinho.

Luciana Gimenez

Na última quarta-feira (07), a apresentadora Luciana Gimenez publicou em suas redes sociais uma foto abraçada com sua bebê reborn chamada de Sophia. Antes de adotar a “criança”, a empresária esteve presente em um “nascimento ” simulado, onde expressou espanto por conta da semelhança com um parto real.

Padre Fábio de Melo

Mesmo não podendo casar, o Padre Fábio de Melo decidiu ser pai, porém de um bebê reborn. Ao visitar a cidade de Orlando nos Estados Unidos, o religioso adotou uma boneca com Síndrome de Down, e homenageou a sua mãe, Ana Maria de Melo, que morreu em 2021.

“Cegonha” de bebê reborn

Com a recente ascensão nacional deste tipo de hobby, pesquisas apontam que produtores(as) de bonecos reborn seguirão em constante fase de crescimento, alcançando valores e rendimentos surpreendentes. Sendo uma das mais conhecidas no Brasil, a artista Alana Nascimento atua há mais de duas décadas neste mercado. Mesmo diante de inúmeras críticas, ela afirma que seu trabalho é artístico, e em alguns casos, também possui papel terapêutico.

Chamada de “cegonha” por ser responsável pela formulação dos bebês reborn, Alana relata que consegue faturar em torno de R$ 300 mil durante meses de alta demanda, como em maio com o dia das mães e dezembro no natal. A empresária comercializa peças únicas que variam entre R$ 750 e R$ 10 mil, evidenciando o alto custo de produção e compra destes bonecos, segundo ela, cada peça pode levar até três semanas para ser finalizada.

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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/05/bebes-reborn-a-onda-dos-filhos-de-silicone/