Nesta quarta-feira (22), o inelegível ex-presidente Jair Bolsonaro, expressou que se conseguisse retornar na linha do tempo, teria definido nomes mais “parrudos” e “casca grossa” para os cargos de ministros, em vez de generais para os ministérios palacianos no seu governo. De acordo com ele, faltou “competência” e “malícia” para “enfrentar o sistema”.
“O sistema tá forte, tá aí (sic). Faltou competência para nós, malícia. Você me pergunta o que eu faria diferente. Os ministros palacianos seriam diferentes. Eu não teria mais alguns nomes, um general ali. Eu não teria mais general ali. Teria ministro mais parrudo, mais casca grossa, para enfrentar o sistema”, contou, em entrevista ao canal Fio Diário.
Chamados de palacianos, estes ministérios são aqueles cuja sede fica dentro do Planalto. São eles a Casa Civil, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a Secretaria-Geral e a Secretaria de Governo. As direções dessas pastas foram ocupadas pelos generais Walter Braga Netto, preso desde 2024 por participação na trama golpista do fim de 2022; Augusto Heleno, também acusado de integrar a trama golpista de 2022 (GSI, de 2019 a 2022); Santos Cruz (Secretaria de Governo, 2019); e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo de 2019 a 2021; Casa Civil, 2021; e Secretaria-Geral da Presidência de 2021 a 2023).
A alteração de fala vem após a Polícia Federal indiciar 28 militares por envolvimento em um plano de golpe de Estado no fim de 2022, realizado após Bolsonaro ser derrotado nas eleições para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-chefe do Executivo, também indiciado, é acusado pela PF como o líder da organização criminosa que arquitetou a abolição do Estado Democrático de Direito e planejou impedir que o petista tomasse posse.
Ainda durante a entrevista, Bolsonaro conta que seria “fácil” realizar um golpe em 2022, mas que sua experiência como militar, deputado e presidente lhe dizia que haveria consequências no dia seguinte.
“O que eu poderia fazer fora das quatro linhas? Diga. Ponto final. Fazer besteira? É fácil. Eu quero ver o after day (day after), o dia seguinte. Com a idade que eu tenho, a experiência que eu tinha de 28 anos de parlamento, 15 de Exército e três na Presidência, a gente sabe o que se pode fazer, a gente sabe das consequências”, ressaltou.
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/01/bolsonaro-afirma-arrependimento-em-ter-nomeado-generais-no-governo/