
Israel lançou neste domingo (19) uma nova série de ataques aéreos sobre a Faixa de Gaza, concentrando bombardeios na cidade de Rafah, no sul do território, após acusar o Hamas de ter rompido o acordo de cessar-fogo assinado há menos de duas semanas. O grupo palestino negou participação nos confrontos e acusou as Forças de Defesa de Israel (IDF) de “fabricar pretextos para justificar crimes de guerra”.
Segundo o Exército israelense, militantes do Hamas teriam disparado mísseis antitanque contra bases nas proximidades da rota de ajuda humanitária em Rafah, causando a morte de soldados israelenses. Em retaliação, a Força Aérea de Israel afirmou ter realizado “dezenas de ataques” contra túneis e instalações que classificou como militares do grupo palestino. A Defesa Civil de Gaza reportou ao menos 21 mortos nos bombardeios, além de dezenas de feridos e desaparecidos sob escombros.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu informou ter determinado “medidas enérgicas” contra alvos que classificou como terroristas. “Após uma violação do cessar-fogo por parte do Hamas, ordenei uma ação firme e imediata em Gaza”, disse em nota oficial.
O Hamas, que controla a Faixa desde 2007, negou envolvimento nas ofensivas e reafirmou compromisso com o armistício. Em comunicado, a Brigada Ezzedine Al-Qassam afirmou ter recuperado o corpo de mais um refém israelense, mas condicionou sua entrega às “condições em campo”. “Reafirmamos nosso total compromisso em implementar tudo o que foi acordado, principalmente o cessar-fogo em todas as áreas da Faixa de Gaza”, declarou o grupo.
Acordo e suspensão da ajuda A trégua, mediada pelos Estados Unidos e pelo presidente Donald Trump, foi assinada em 10 de outubro e previa retirada parcial de tropas israelenses, troca de prisioneiros e facilitação da entrada de ajuda humanitária. Desde então, ataques pontuais vinham sendo registrados em várias áreas de Gaza.
Pelo entendimento, Israel manteria controle aproximado de 53% do território, incluindo o Corredor Netzarim, e permitiria a passagem de comboios. Após os confrontos em Rafah, o governo israelense decidiu suspender a entrada de ajuda no enclave, condicionando sua reabertura à devolução de corpos de reféns mortos e ao cumprimento do cessar-fogo por parte do Hamas.
Na véspera, Israel havia entregue 15 corpos de palestinos a Gaza, elevando para 150 o total de restos mortais repassados; o Hamas, por sua vez, entregou 12 corpos de israelenses e liberou os reféns sobreviventes, segundo relatos das partes.
Crise humanitária Organizações internacionais alertam para agravamento da crise humanitária em Gaza. O fechamento da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, interrompeu o fluxo de alimentos, medicamentos e combustível, ampliando o risco para civis. “A decisão israelense colocará em risco milhares de vidas e atrasará a recuperação dos corpos sob os escombros”, afirmou um porta-voz do Hamas.
Desde o início do conflito, em outubro de 2023, as autoridades de saúde administradas pelo Hamas contabilizam 68.159 mortos em Gaza, número considerado pela ONU em sua comunicação como verossímil, com grande proporção de mulheres e crianças entre as vítimas. Do lado israelense, os dados oficiais apontam que o ataque inicial do Hamas deixou 1.221 mortos, em sua maioria civis.
Reações e diplomacia No cenário interno, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, líder de tendência de extrema direita, cobrou retomada dos combates “com toda a força” e defendeu postura mais dura contra o Hamas. “A ilusão de que o Hamas cumprirá o acordo é perigosa para nossa segurança. O grupo deve ser completamente aniquilado”, declarou.
Na esfera internacional, o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, está previsto para chegar à região na próxima semana com a missão de restabelecer o diálogo e acompanhar o cumprimento da trégua. As declarações das partes e a suspensão da ajuda humanitária aumentam a pressão diplomática sobre atores regionais e mediadores.
*Fonte: Agência Brasil
AQUI para acessar o Grupo de Notícias do O Imparcial e fique por dentro de tudo!
Siga nossas redes, comente e compartilhe nossos conteúdos:
Leia também:
Fonte: https://oimparcial.com.br/mundo/2025/10/bombardeios-israelenses-em-gaza-agravam-tensao-apos-ruptura-de-cessar-fogo/