
Com foco na ampliação das relações comerciais e diplomáticas, o Fórum Econômico Brasil–Índia reuniu empresários, autoridades e representantes governamentais nesta segunda-feira (7), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. O evento aconteceu paralelamente à Reunião de Cúpula do Brics e marcou a visita oficial do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, ao Brasil.
Apesar da previsão de participação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou a ida ao fórum para receber Modi nesta terça-feira (8), no Palácio do Planalto, em Brasília.
Oportunidades comerciais
O encontro mapeou 385 oportunidades de exportação para produtos brasileiros no mercado indiano, principalmente nos setores de combustíveis minerais, máquinas e equipamentos de transporte, artigos manufaturados, produtos químicos e óleos vegetais.
“O comércio bilateral gira em torno de R$ 12 bilhões, mas é pequeno frente ao potencial. Há enorme espaço para crescer nas duas direções”, afirmou Jorge Viana, presidente da ApexBrasil.
A ApexBrasil organizou o fórum em parceria com os ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e das Relações Exteriores (MRE), além da CNI, da Câmara de Comércio Índia–Brasil (CCIB) e da FICCI.
Complementaridade entre os países
O presidente da CNI, Ricardo Alban, defendeu que as economias dos dois países são complementares e podem avançar em áreas como biocombustíveis.
“Podemos, juntos, ser protagonistas no fornecimento de combustível sustentável de aviação para o mundo”, destacou Alban.
Foi anunciada ainda a criação do Conselho Empresarial Brasil–Índia, com o objetivo de promover o diálogo entre os setores públicos e privados e propor melhorias para o ambiente de negócios bilateral.
Cooperação sustentável
Para o secretário-executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa, Brasil e Índia podem liderar um novo modelo de desenvolvimento baseado na economia verde e digital.
“Ao setor produtivo não faltam competência e capacidade; ao governo federal, não falta disposição e compromisso com uma política externa que gere oportunidades e justiça social”, disse.
Já o secretário de Promoção Comercial do MRE, Laudemar Aguiar, defendeu uma agenda bilateral autônoma e multilateralista, destacando os valores democráticos e sociais compartilhados pelos dois países.
Números do comércio e investimentos
- Exportações brasileiras para a Índia (2024): açúcar lidera, mesmo com tarifa de 100%
- Importações brasileiras da Índia: compostos químicos e medicamentos
- Investimentos diretos (2023):
- Índia no Brasil: US$ 2,93 bilhões (28º no ranking)
- Brasil na Índia: US$ 41,21 milhões (63º no ranking)
Com a presidência do Brics em 2026 nas mãos da Índia, o país asiático ganhou destaque especial nas agendas comerciais e diplomáticas no Brasil, reforçando os laços com o Sul Global e abrindo espaço para novos acordos e oportunidades de cooperação.
Fonte: Agência Brasil
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/07/brasil-e-india-discutem-ampliacao-de-parcerias-durante-forum-economico-no-rio/