
Nesta segunda-feira (09), em Lyon, na França, o Brasil e a Interpol assinaram declaração de intenção para ampliar as possibilidades de colaboração e viabilizar novas operações conjuntas. O acordo foi firmado durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sede da instituição no país francês.
“Uma das consequências perversas da globalização é a articulação de grupos criminosos para além das fronteiras nacionais. A criminalidade está evoluindo a uma velocidade sem precedentes, exigindo ações multilaterais urgentes e coordenadas”, afirmou Lula.
“Para combater o crime de forma efetiva é preciso asfixiar seus mecanismos de financiamento, em especial a lavagem de dinheiro. Nenhum país isoladamente conseguirá debelar a criminalidade transnacional”, reforçou, ao destacar políticas adotadas pelo governo atual no combate a esses crimes.
A ato firmado com a organização possui o objetivo de ampliar a cooperação por meio de iniciativas que visam fomentar a cooperação internacional para enfrentamento do crime organizado, desarticular organizações criminosas transnacionais e suas redes de apoio, apoiar a modernização tecnológica e institucional dos órgãos de segurança pública no Brasil e na América Latina, e promover a proteção de grupos vulneráveis e os direitos humanos na atuação policial.
Desde novembro do ano passado, a Interpol é conduzida pelo delegado da Polícia Federal (PF) Valdecy Urquiza, que foi eleito como novo Secretário-Geral da instituição que reúne 196 nações. Lula expressou que é uma honra para o Brasil e para a PF ter o brasileiro no cargo mais alto da Interpol, fruto da credibilidade do país no combate ao crime organizado.
Além disso, o presidente elogiou o trabalho e a dedicação de Urquiza. Para Lula, na atualidade, o papel da polícia está mais complicado do que em qualquer outro momento da história.
“O crime organizado, você não enfrenta uma simples quadrilha, você não enfrenta os simples grupos; são verdadeiras empresas multinacionais que estão envolvidas dentro das empresas, na política, no judiciário, no futebol, em toda parte da cultura. É como se fosse um polvo de muitos tentáculos tentando tomar conta de tudo que é errado no mundo”, disse Lula.
Para Urquiza, o acordo firmado com o Brasil atua como inspiração para que outras nações aprofundem a integração com a comunidade internacional. Além disso, ele anunciou a formulação de nova força tarefa internacional, resultado do diálogo com chefes de polícia da América do Sul em reunião realizada em Brasília, no mês de maio.
A direção principal será o enfrentamento de grupos criminosos transnacionais que atuam na região. “A força integrada reunirá especialistas, dados de inteligência e recursos tecnológicos da Interpol para apoiar países da região, na realização de operações conjuntas. Nosso objetivo é claro, enfraquecer as estruturas de comando dessas organizações, interromper seus fluxos financeiros e responsabilizar judicialmente seus principais articuladores”, disse o delegado.
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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/06/brasil-e-interpol-assinam-ampliacao-de-colaboracao-mutua-no-combate-ao-crime-organizado/