O Brasil encerrou 2024 como o quarto país mais letal do mundo para defensores do meio ambiente, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (17) pela organização Global Witness. No período, 12 pessoas foram assassinadas em razão de sua atuação em causas ambientais. O país ficou atrás apenas da Colômbia (48 mortes), Guatemala (20) e México (18).
Metade das vítimas brasileiras eram pequenos agricultores. Também foram mortos quatro indígenas e um ativista negro, o que revela a concentração da violência contra comunidades historicamente vulneráveis. Apesar da redução em relação a 2023, quando 25 mortes foram registradas, o relatório aponta o crescimento de ameaças, intimidações e tentativas de homicídio.
De acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra, citados no documento, o Brasil contabilizou 481 tentativas de assassinato em 2024. Destas, 44% tiveram como alvo indígenas e 27% atingiram comunidades quilombolas.
O cenário segue a tendência mundial: pelo menos 142 defensores ambientais foram assassinados em 2024 no planeta, e outros quatro seguem desaparecidos. A América Latina concentrou 82% dos casos, consolidando-se como a região mais arriscada para quem atua na defesa da terra e do meio ambiente. Desde 2012, já são 2.253 mortes ou desaparecimentos registrados globalmente, sendo 413 no Brasil.
As principais vítimas costumam ser indígenas, agricultores e ativistas contrários a práticas como mineração ilegal, exploração madeireira, desmatamento, agropecuária extensiva, caça predatória e projetos energéticos. A maioria dos ataques é atribuída a grupos criminosos, embora haja registros envolvendo forças de segurança do Estado. A impunidade segue elevada, com a maior parte dos assassinatos sem solução.
A ONG ressalta ainda que os números podem estar subnotificados, já que muitos casos não chegam a ser denunciados.
*Fonte: Global Witness
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Fonte: https://oimparcial.com.br/brasil/2025/09/brasil-e-o-4o-pais-mais-perigoso-para-defensores-ambientais-aponta-relatorio/
