
Médicos brasileiros documentaram, pela primeira vez no país, um caso de câncer de mama do tipo carcinoma relacionado a implantes de silicone. O carcinoma de células escamosas (ou carcinoma espinocelular) associado a próteses mamárias é extremamente raro, com pouco mais de 20 casos registrados mundialmente. O diagnóstico ocorreu no Hospital do Amor, em Barretos (SP).
Os especialistas ressaltam que a ocorrência é rara e que os procedimentos de implantes de silicone continuam sendo seguros. O estudo oferece avanços importantes e alerta ginecologistas, mastologistas, cirurgiões-plásticos e outros profissionais de saúde sobre as medidas adequadas nesses casos.
O caso envolveu uma mulher de 38 anos, com implante há mais de 10 anos, que apresentou crescimento anormal e dores em um dos seios. Após exames, os médicos identificaram o câncer em estágio avançado na cápsula da mama, membrana que se forma ao redor do implante.
A descoberta reforça a importância do acompanhamento dos implantes e contribui para estabelecer parâmetros de tratamento da doença. “Não há espaço para que o medo influencie na decisão da paciente. Tudo precisa ser amplamente discutido e avaliado com respaldo científico”, afirma o coordenador da equipe que conduziu o tratamento, o mastologista Idam de Oliveira Junior.
O oncologista Gilberto Amorim, da Oncologia D’Or, destaca que não há motivo para alarde. “Na imensa maioria das vezes que a prótese está endurecida, não é sinal de câncer”, comenta. Em 2019, Amorim publicou estudo sobre um caso de linfoma associado a implantes mamários, outro tipo de câncer raro, com pouco mais de 1,2 mil casos reportados.
Segundo o especialista, a principal mensagem do estudo é alertar os profissionais de saúde sobre os cuidados necessários, especialmente os ginecologistas. “No Brasil, quem mais cuida dessas mulheres é o ginecologista, então ele precisa ter noções de mastologia”, ressalta.
O volume de líquido em torno da prótese, chamado ceroma, embora seja comum após o implante, é um dos sinais que requer atenção. “Muitas vezes, uma paciente se queixa da ceroma e o médico acaba fazendo somente a punção do líquido, sem avaliar com atenção”, explica Amorim.
O oncologista reforça que os implantes mamários são procedimentos consolidados e seguros. Ele também alerta que a maioria dos tumores em pacientes com silicone não está relacionada ao implante e que ainda não há evidências de que a idade da prótese influencie o desenvolvimento da doença.
*Fonte: Correio Braziliense
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Fonte: https://oimparcial.com.br/brasil/2025/08/brasil-registra-primeiro-caso-de-cancer-raro-associado-a-protese-de-silicone/