Câmara de São Luís arquiva pedido de investigação contra prefeito após sessão tensa

Em sessão marcada por acusações públicas e defesas ardentes, a Câmara Municipal de São Luís arquivou, nesta terça-feira, um pedido de investigação contra o prefeito Eduardo Braide (PSD-MA). O episódio, que se desenrolou diante de uma galeria inquieta, expôs a fratura política entre o Legislativo e o Executivo municipal, com vereadores acusando o chefe do executivo de distorcer os fatos para a opinião pública.

O estopim do confronto foi declarações do prefeito nas redes sociais, nas quais ele afirmou que a Câmara estaria tentando “cassá-lo”. Do alto da tribuna, vereadores de diferentes blocos rebateram veementemente a narrativa. Eles esclareceram que a Casa apenas recebeu uma denúncia formal contra Braide, dando início ao trâmite legal para sua avaliação, e não movia qualquer perseguição política.

O debate, no entanto, revelou contradições. Em um movimento descrito por observadores como “uma martelada no ferro e outra na bigorna”, os parlamentares alternaram elogios e críticas ao gestor. De um lado, reconheceram Braide como “um grande administrador”. De outro, atacaram seu “descompromisso com os interesses dos representantes do povo no Legislativo”, acusando-o de ignorar o diálogo e tentar deslegitimar a função fiscalizadora da Câmara.

Antes dos discursos inflamados, o presidente da Casa, vereador Paulo Victor, PSB-MA determinou o arquivamento do pedido de investigação. A decisão, aplaudida por alguns e recebida com protestos pela maioria dos presentes na galeria, encerrou provisoriamente a crise institucional, mas deixou no ar um clima de desconfiança mútua.

O prefeito Eduardo Braide não se pronunciou após a decisão da Câmara. A assessoria da prefeitura foi contactada, mas até o fechamento desta edição não havia se manifestado sobre o arquivamento do processo ou as acusações feitas durante a sessão. O episódio deve alimentar o debate sobre o frágil equilíbrio entre os poderes na capital maranhense.