6 de agosto de 2025
Cancelamento de verbas para times e novo administrador: CBF contesta
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Nesta terça-feira (5/7), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) emitiu embargo da declaração que gerou o afastamento dos dirigentes da Federação Maranhense de Futebol (FMF) e do Instituto Maranhense de Futebol (IMF) e nomeou a advogada Susan Lucena como administradora provisória.

A decisão que também afastou o presidente da Federação, Antônio Américo, encarregou Lucena a levantar a situação financeira e contábil, regularizar a gestão e conduzir novas eleições para a FMF no prazo de 90 dias.

Registrado no Processo nº 0860260-80.2025.8.10.0001, o documento informa que a nomeação foi realizada sem manifestação prévia, violando a autonomia e o poder que a CBF dispõe para intervir em suas filiadas.

A Confederação afirma que a liberdade da instituição está reforçada também no artigo 26 da Lei Geral do Esporte:

“A autonomia é atributo da organização esportiva em todo o mundo, na forma disposta na Carta Olímpica, e limita a atuação do Estado, conforme reconhecido pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e inscrito na Constituição Federal, e visa a assegurar que não haja interferência externa indevida que ameace a garantia da incerteza do resultado esportivo, a integridade do esporte e a harmonia do sistema transnacional denominado Lex Sportiva”, reitera.

A nomeação

Sobre a escolha da administradora provisória, Susan Lucena, a CBF explica a inadequação da decisão por considerar que as tarefas a ela designadas não somente são repletas de complexidade, como também exigem um conhecimento aprofundado do sistema desportivo.

De acordo com a Confederação, a omissão da falta de experiência de Lucena é mais um ponto a ser sanado pelos embargos, já que a escolha pode, em sentido contrário, gerais mais instabilidade e ineficiência às instituições em vez de promover os benefícios desejados.

Novo administrador da FMF

Com base no cenário analisado, a CBF indicou o atual presidente da Federação Sergipana de Futebol – Milton Dantas de Farias Júnior – como administrador provisório da Federação Maranhense de Futebol.

Dessa forma, Dantas estará à frente da FMF e deverá intervir na sua gestão e conduzir o processo eleitoral.

Consequências nacionais

De acordo com o texto, em caso extremo, a própria Confederação Brasileira de Futebol corre o risco de ser punida por organismos internacionais, com a suspensão de suas seleções e clubes de todas as competições, representando “um dano incomensurável ao futebol do país, de difícil ou impossível reparação posterior”, explica.

Prejuízos ao esporte maranhense

Ao final, o prejuízo recaiu para o esporte maranhense, visto que a CBF determinou a exclusão de todos os repasses financeiros para a FMF e para os clubes maranhenses; e as equipes do Maranhão, por sua vez, serão impedidas de disputar competições nacionais promovidas pela Federação, durante o período de intervenção.

O afastamento

Na segunda-feira (4/7), o Juiz de Direito da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, Douglas de Melo Martins, determinou o afastamento cautelar dos diretores da Federação Maranhense de Futebol (FMF) e do Instituto Maranhense de Futebol (IMF).

A decisão judicial, informada na noite de ontem, nas redes sociais de Martins, também nomeou a advogada e diretora da Casa da Mulher Brasileira do Maranhão Susan Lucena Rodrigues como administradora provisória.

Dentre suas atribuições previstas estavam:

  • Realizar o levantamento completo da situação financeira, patrimonial, documental e contábil da FMF e do IMF;
  • Promover a regularização da gestão, com ênfase na transparência e na devida prestação de contas;
  • Conduzir, até o fim de sua designação, novo processo eleitoral para escolha da diretoria, assegurando ampla publicidade e participação dos filiados.

Fonte: https://oimparcial.com.br/esportes/2025/08/cancelamento-de-verbas-para-times-e-novo-administrador-cbf-contesta-afastamento-da-diretoria-do-futebol-maranhense/