“Cautela com o crédito consignado do FGTS”, diz especialista

Em entrevista concedida ao jornal O Imparcial, o economista Dr. José Cursino, compartilhou uma análise criteriosa sobre a realidade econômica atual do Brasil, com ênfase no estado do Maranhão.

Com uma linguagem acessível, ele trouxe reflexões sobre o papel do crédito consignado do FGTS, o comportamento do consumidor e as perspectivas da economia maranhense. Confira os principais pontos abordados na entrevista:

Perspectivas para o Maranhão
Dr. Cursino abordou que, apesar da importância da posição do Maranhão em relação ao conjunto da economia brasileira ter aumentado, ele ainda está no que chamamos de “economia reflexa”, ou seja, ele reproduz o que acontece no ambiente maior da economia do país.

“É diferente de São Paulo, que possui uma dinâmica econômica própria que teria força para ir em uma direção oposta ao do país. Enquanto, o Maranhão não possui essa força. Então, essa situação de conflitos potenciais da economia brasileira, não é um bom cenário para o Maranhão”, explica Dr. Cursino.

Impacto da inflação na economia nacional e local

“É importante analisar as situações e as necessidades de cada um antes de usar o crédito consignado”, disse Cursino.

Durante a entrevista, o Dr. Cursino também foi questionado sobre a influência da inflação na economia nacional e local, assunto o qual tem estado bastante presente na mídia, preocupando consumidores, investidores, empresários e outras classes da sociedade. “A inflação é um dos fenômenos econômicos mais deletérios para a economia, para a sociedade e principalmente, para os segmentos mais pobres dela”, afirma o especialista.

Ele explica também que a inflação não escolhe quem vai atingir, mas traz consequências diferentes para cada grupo da sociedade. “As faixas de renda mais baixa que dedicam maior parte dessa renda para o consumo básico de alimentação, habitação e saúde, são muito mais afetadas pois o percentual mais alto da inflação está exatamente nessas áreas”, esclarece Dr. José Cursino.

Crédito consignado 

Dr. Cursino continuou a entrevista explicando o funcionamento da nova modalidade do crédito consignado, uma modalidade de empréstimo amplamente utilizada por aposentados, pensionistas e servidores públicos.

O programa pode alcançar até 46 milhões de trabalhadores e permite que até 10% do saldo do FGTS do trabalhador seja utilizado para pagar as prestações do empréstimo que for tirado. “Um dos aspectos positivo, é a possibilidade sair de situações de endividamento constrangedoras para outras menos graves”, afirma Dr. Cursino sobre o programa.

Na modalidade tradicional do crédito consignado, embora ofereça taxas de juros mais baixas, esse tipo de crédito é descontado diretamente da folha de pagamento, o que, segundo ele, pode comprometer a renda mensal do trabalhador de forma danosa e silenciosa. “É uma opção, mas as pessoas precisam ter cautela. É importante analisar as situações e as necessidades de cada um antes de usar o crédito consignado”, aconselha.

O economista alertou que muitos tomadores de crédito não têm plena consciência das condições do empréstimo e acabam se endividando, criando um ciclo vicioso de dependência.

Educação financeira
O economista defende que a solução para esse problema passa pela ampliação da educação financeira, que deve ser trabalhada desde o ensino básico. Para ele, a economia é uma ciência além de material, psicológica, que possui um enorme poder nas emoções dos consumidores. “É importante o processo de examinação para saber se você está comprando algo por mero impulso ou atração ao marketing, ou se aquilo é realmente necessário”, explica o Dr. José Cursino.

A entrevista completa está disponível no canal oficial da TV O Imparcial no YouTube. Uma conversa enriquecedora que contribui para o entendimento da economia de forma acessível e crítica, incentivando uma sociedade mais consciente e preparada para os desafios do presente e do futuro.