Uma amostra obtida pelo rover Perseverance, da NASA, de uma rocha formada há bilhões de anos no fundo de um lago marciano revelou sinais que podem indicar a presença de vida microbiana antiga. A descoberta foi divulgada nesta quarta-feira (10) em pesquisa publicada na revista Nature. Os cientistas destacam que os minerais encontrados na amostra podem ter origem biológica, mas também podem ter sido formados por processos químicos não ligados à vida.
Desde que pousou em Marte em 2021, o Perseverance vem explorando a Cratera de Jezero, uma região que já abrigou água líquida e funcionou como bacia lacustre no passado. O veículo tem coletado e analisado amostras de rochas e regolito (material solto da superfície marciana).
A amostra em questão, batizada de Cânion Safira, foi retirada da formação rochosa conhecida como Bright Angel, composta por argilitos e conglomerados sedimentares. Segundo o cientista Joel Hurowitz, da Universidade Stony Brook, líder do estudo, os sinais aparecem em dois minerais, vivianita (fosfato de ferro) e greigita (sulfeto de ferro), que podem ter surgido de interações químicas entre lama e matéria orgânica.
“Essas reações parecem ter ocorrido logo após a deposição da lama no fundo do lago. Na Terra, processos semelhantes costumam ser impulsionados pela atividade de micróbios”, explicou Hurowitz.
Apesar disso, o pesquisador ressalta que não é possível confirmar se trata-se de uma bioassinatura definitiva, já que processos químicos não biológicos também poderiam gerar o mesmo resultado.
A amostra do Cânion Safira foi coletada em julho de 2024, na região de Neretva Vallis, um antigo vale fluvial que há 3,5 bilhões de anos pode ter alimentado o lago da cratera de Jezero.
Para a comunidade científica, o material representa uma nova pista na busca por sinais de vida no planeta vermelho. “No futuro, quando essa amostra puder ser trazida à Terra, teremos condições de testar hipóteses mais robustas e avaliar se realmente se trata de um registro de atividade biológica”, concluiu Hurowitz.
*Agência Brasil
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Fonte: https://oimparcial.com.br/brasil/2025/09/cientistas-identificam-possiveis-sinais-de-vida-microbiana-em-amostra-em-marte/
