4 de novembro de 2025
Clima de tensão marca início da CPI do Crime Organizado
Compartilhe:

A sessão de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado no Senado Federal, realizada na manhã desta terça-feira (4/11), foi marcada por intensos debates e trocas de acusações entre governistas e oposicionistas, antes mesmo da eleição de sua presidência. O cargo acabou sendo conquistado pelo senador governista Fabiano Contarato (PT-ES).

Integrantes da oposição acusaram o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de realizar uma “manobra” para garantir a maioria na comissão e emplacar um parlamentar do Partido dos Trabalhadores no comando. Em resposta, os governistas rebateram as críticas, mencionando tentativas de interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na CPI da Covid, em um tenso resgate de embates passados.

Antes do início oficial, líderes da base e da oposição tentaram, sem sucesso, chegar a um acordo para a presidência da CPI, levando a decisão para o voto.

O senador oposicionista Eduardo Girão (Novo-CE) manifestou “indignação”, classificando como “manobra vergonhosa” a articulação do governo para “tomar de assalto” a comissão, que, segundo ele, seria um instrumento regimental da minoria. “Desde ontem, vi movimentações para mais uma vez o governo Lula, que não assinou o pedido de CPI, tomar de assalto essa comissão. (…) Vemos aqui mais uma movimentação pela blindagem ao colocar um presidente que seja do Partido dos Trabalhadores”, protestou.

As falas de Girão foram imediatamente rebatidas pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), que presidia a sessão inicial por ser o integrante mais velho. Alencar afirmou que as palavras do senador do Novo “não passam lição” para ele e lembrou de seu trabalho de oposição no governo anterior. Ele ainda atacou o ex-presidente Bolsonaro, dizendo que ele “tentou interferir várias vezes para que não se montasse a CPI da Covid”.

Na sequência, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) negou que seu pai, o ex-presidente, tivesse tentado interferir na CPI da Covid, mas foi contestado por Otto Alencar, que afirmou que o então presidente chegou a pressionar o líder da bancada para retirá-lo da comissão e que ele próprio chegou a ser “ameaçado de morte”. Flávio, então, recuou e questionou: “qual presidente quer uma CPI instalada no seu governo?”.

Leia também:

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/11/clima-de-tensao-marca-inicio-da-cpi-do-crime-organizado/