O Comitê de Política Monetária (Copom), reunirá nesta semana seus integrantes na última reunião do ano de 2024, que acontecerá nesta terça-feira dia 10 e quarta-feira dia 11 de dezembro. O encontro possui como objetivo definir a taxa básica de juros da economia redefinida a cada 45 dias.
De acordo com especialistas da universidade Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI), a expectativa é de um novo aumento da taxa Selic de 12%, com ainda possiblidade de superar os 13,5% ou atingir números superiores a 14% no ano de 2025.
Ao analisar tal projeção, é possível visualizar que os dados levantados estão condicionados à incerteza em relação à aprovação e efetividade das medidas fiscais propostas pelo governo.
Segundo o especialista em economia Felipe Nasciben, parte do mercado já aposta em uma alta de 0,75% na próxima reunião, e os depósitos interfinanceiros futuros (DI´s), mecanismo que permite aos investidores se protegerem de oscilações na taxa de juros, chegaram a projetar uma Selic podendo ir até próximo de 15%.
De acordo com Nasciben:
“Há um risco de vermos juros acima de 14%, novamente. Há um Banco Central pressionado neste momento e, mais uma vez, deverá ter de ser um pouco mais agressivo do que gostaria. Acredito que, a contragosto e, talvez sem unanimidade, irá elevar 0,75% na próxima reunião levando a Selic terminal para 12%, ante os 11,75% anteriormente projetado. Já as projeções de DI, precificadas pelo mercado, me soam ainda exageradas neste momento e não vejo a Selic indo a 15%, mas elevo minha expectativa de final de ciclo de alta, antes projetada para 12,5% a 13,0%.”
Cenário do mercado
Ao analisar o cenário interno e externo é possível ver que, no contexto do Brasil, a inflação, mesmo que tenha apresentado alta, não é o único motivo para se preocupar. A dúvida fiscal, com medidas como a isenção de IR, e a valorização do dólar possibilitam um cenário mais arriscado e pressionam os preços para cima.
Os baixos níveis de desemprego e o aumento no consumo indicam uma fomentação na economia, contribuindo também para a inflação, segundo especialistas, tal contexto econômico exige uma ação mais presente do Banco Central
Nasciben também comenta sobre as externalidades, o especialista conta que:
“Nos EUA, teremos resultado de payroll no final desta semana que podem contribuir para uma consolidação da defesa da tese de mais uma redução da taxa de juros. Dado a estabilidade da inflação americana, se vier um resultado em linha e o discurso do Fed mantiver otimismo, acredito em mais uma queda. Desde o início dessa semana, até as bolsas americanas parecem já estarem precificando essa queda”
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2024/12/copom-realizara-esta-semana-a-ultima-reuniao-do-ano-para-definir-a-taxa-selic/