Os Correios encerraram o primeiro semestre de 2025 com um prejuízo de R$ 4,3 bilhões, segundo balanço divulgado pela estatal. O resultado é três vezes maior que o rombo registrado no mesmo período do ano passado e reflete, principalmente, as perdas do segundo trimestre.
Entre abril e junho, o déficit chegou a R$ 2,6 bilhões, quase cinco vezes superior aos R$ 553,1 milhões do mesmo intervalo de 2024. No trimestre anterior, a empresa já havia amargado perdas de R$ 1,7 bilhão, configurando o pior início de ano desde 2017.
De acordo com a estatal, o aumento das despesas e a queda de receitas explicam o desempenho negativo. Até junho, os gastos administrativos chegaram a R$ 3,4 bilhões, 74% a mais que em 2024. Os principais fatores foram o reajuste salarial para mais de 55 mil funcionários e o crescimento das dívidas judiciais.
No lado das receitas, houve queda de pouco mais de R$ 1 bilhão em relação ao ano anterior. O impacto mais significativo ocorreu no segmento de encomendas internacionais, que sofreu forte retração após a implementação da chamada “taxa das blusinhas”.
Entre janeiro e junho de 2024, o setor havia arrecadado R$ 2,1 bilhões; no mesmo período deste ano, o montante despencou para R$ 815,2 milhões — uma redução de quase 62%. A taxa, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aplica alíquota de 20% de Imposto de Importação sobre compras de até US$ 50. Valores acima continuam sujeitos à tributação de 60%, além da cobrança de ICMS pelos estados.
Com a queda do volume de postagens e o aumento da concorrência, a empresa diz enfrentar “restrições financeiras” por fatores externos que afetaram diretamente suas receitas.
Para reverter a crise, os Correios anunciaram em maio um plano de recuperação, que inclui diversificação de serviços, expansão comercial, racionalização de custos e um Programa de Desligamento Voluntário (PDV). A expectativa é de que o PDV proporcione uma economia de até R$ 1,5 bilhão.
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Fonte: https://oimparcial.com.br/brasil/2025/09/correios-acumulam-prejuizo-de-r-43-bilhoes-no-1o-semestre-e-anunciam-plano-de-recuperacao/
