Cristo Redentor será iluminado de roxo para conscientização sobre obesidade

O Monumento ao Cristo Redentor será iluminado de roxo nesta quinta-feira (20), a partir das 20h, em uma ação promovida pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). A iniciativa integra a campanha global “Mudar o Mundo pela Nossa Saúde”, que busca conscientizar a sociedade sobre os fatores ocultos que impulsionam o avanço da obesidade.

Entre esses fatores, destacam-se as mudanças climáticas, que afetam a qualidade e a disponibilidade de alimentos in natura; a falta de planejamento urbano, que reduz oportunidades para a prática de atividades físicas; e os ambientes escolares, que, muitas vezes, oferecem opções alimentares ultraprocessadas e diminuem a carga horária de educação física. Dados do IBGE indicam que apenas 27% das escolas públicas municipais brasileiras possuem instalações esportivas adequadas, como campos de futebol, ginásios, piscinas ou pistas de atletismo.

Segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2025, 31% da população adulta brasileira é obesa e 68% vive com excesso de peso. Sem medidas eficazes, as projeções indicam que até 2030 o número de brasileiros com Índice de Massa Corporal (IMC) elevado pode chegar a 119 milhões. Além disso, a obesidade está relacionada a mais de 60 mil mortes prematuras por ano no Brasil, associadas a doenças como diabetes tipo 2, hipertensão arterial e enfermidades cardiovasculares.

Para o presidente da Abeso, Fabio Trujilho, é um erro tratar a obesidade como um problema exclusivamente individual, já que fatores estruturais e sistêmicos desempenham um papel fundamental no avanço da doença. Nesse contexto, iluminar o Cristo Redentor busca dar visibilidade a essa realidade.

Escolas e Alimentação Infantil

A campanha também reforça o papel essencial do ambiente escolar na formação de hábitos alimentares saudáveis e na prática de atividades físicas. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) prevê que a merenda escolar deve suprir entre 20% e 70% das necessidades diárias de energia e nutrientes das crianças, dependendo da quantidade de refeições oferecidas. No entanto, a ausência de uma legislação federal que proíba a venda de refrigerantes e ultraprocessados nas cantinas compromete a qualidade nutricional da alimentação dos estudantes.

Fonte: AgênciaBrasil