Danças portuguesas e outras manifestações se encontram no dia 28 de junho

Tradicionalmente, há 26 anos, no dia 28, dezenas de grupos de dança portuguesa se reúnem para mostrar suas evoluções, indumentárias, coreografias e seus bailados. Neste ano, não poderia ser diferente. A partir das 19h, o bairro do Lira será palco mais uma vez do XXVI Encontro das Danças Portuguesas e Manifestações Culturais do Maranhão. O evento, que já faz parte da história cultural de São Luís, promete reunir danças, ritmos e tradições que exaltam as raízes maranhenses e celebram a diversidade cultural do São João.

Idealizado e promovido há 26 anos pelo produtor cultural Zeca da Cultura, o encontro é reconhecido por manter viva a tradição das danças portuguesas, além de valorizar manifestações típicas como bumba meu boi, cacuriá, entre outras expressões populares que fazem do São João do Maranhão um dos mais autênticos do Brasil.

Nesta edição, quase 50 grupos folclóricos irão se apresentar, mas o Encontro é também de manifestações culturais, e aí estão incluídas as participações de grupos de cacuriá, quadrilhas, tambor de crioula, bumba meu boi e o autêntico forró pé-de-serra, que fará a abertura. O encerramento será com o Boi de Ribamar.

O evento reforça a importância de preservar os costumes e a identidade cultural do estado, reunindo grupos folclóricos, brincantes e amantes da cultura popular em uma grande celebração aberta ao público.

“Apenas no Maranhão conseguimos sentir os sotaques, os viras e todas as coreografias que dão vida às nossas manifestações culturais. Nosso São João é a festa da diversidade e das legítimas raízes maranhenses”, destaca Zeca da Cultura, que há mais de duas décadas dedica-se à promoção da cultura local.

O XXVI Encontro das Danças Portuguesas e Manifestações Culturais do Maranhão é um convite para o público vivenciar de perto a riqueza e a emoção do São João maranhense, reafirmando a cultura popular como símbolo de identidade e resistência.

A força da tradição

No Maranhão, a dança portuguesa é uma manifestação cultural forte, com destaque para a presença de mais de 80 grupos em todo o estado. Além de São Luís, Paço do Lumiar, Raposa, São José de Ribamar, é também bastante celebrada em diversas cidades do Maranhão. 

Houve uma época em que as danças portuguesas estavam fadadas ao desaparecimento, pois corriam o risco de não receberem apoio dos gestores estaduais, ficando de fora da programação oficial. “Foi aí que o José Raimundo, que na época era deputado, criou a lei que obrigava a permanência dos grupos na programação do Estado”, conta Zeca.

Ainda assim, o produtor cultural se ressente da pouca valorização aos grupos, em detrimento dos altos custos das indumentárias e acessórios. Isso faz com que a cada ano os grupos fiquem inativos. Na entidade representativa das danças portuguesas, existem 46 grupos culturais cadastrados.

“A quantidade de danças portuguesas caiu muito. Só no Bairro de Fátima, que tinha quase 20, agora só tem 3. É questão da valorização, mesmo com a conquista do patrimônio cultural estadual. Infelizmente o custo é alto, e a cada ano os materiais ficam mais caros. E ainda temos que buscar fora, porque aqui quase não há. Já tem um projeto que está aguardando ser votado lá na Câmara Federal em busca do patrimônio nacional. A luta é grande, e esse encontro cultural é uma forma de destacar os grupos e fazer uma confraternização entre as danças e as demais manifestações culturais”, afirma Zeca. 

Herança – A Dança Portuguesa é uma das heranças deixadas pelos nossos colonizadores portugueses. As mulheres usam meias, lenços e leques, já os homens, chapéus, luvas e bengalas. Os cordões dançam aos pares ao som de fados e viras. Um casal à frente comanda os passos. 

Serviço

O quê: XXVI Encontro das Danças Portuguesas e Manifestações Culturais do Maranhão

Quando: 28 de junho (sábado), a partir das 19h

Onde: Praça de São Roque (Lira)

Aberto ao Público