Gazeta do Leste - O Jornal que virou Portal.

Compartilhe:

O deputado estadual Paulo Fiorilo (PT) pediu que o Ministério Público de São Paulo investigue a última viagem do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) a Brasília. Segundo o parlamentar, houve improbidade administrativa pelo uso de recursos do estado em deslocamento cujo objetivo teria sido articular apoio político à anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro.

Tarcísio esteve na capital federal entre terça (2) e quarta-feira (3), período que coincidiu com os dois primeiros dias de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na agenda oficial, constava apenas um compromisso: uma reunião com o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, às 15h do dia 2. Nos bastidores, porém, o governador teria participado de diversos encontros, entre eles reuniões com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e com o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, para tratar do projeto de anistia.

Na representação, Fiorilo afirma que Tarcísio tem priorizado articulações políticas em defesa de Bolsonaro, em detrimento das funções institucionais do cargo. Ele cita ainda o jantar oferecido pelo governador ao pastor Silas Malafaia, realizado no Palácio dos Bandeirantes logo após seu retorno de Brasília, no qual também foram discutidos a anistia e as manifestações do 7 de Setembro.

O deputado pede que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) faça uma auditoria sobre os custos da viagem e que Tarcísio devolva eventuais valores utilizados de forma irregular. O governador já é alvo de investigação do TCE por ter usado, em março, um avião da Polícia Militar de São Paulo para participar de manifestação pela anistia no Rio de Janeiro.

Até o momento, o governo paulista não divulgou os custos da viagem de dois dias a Brasília. O deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL) também apresentou requerimento pedindo detalhes sobre os deslocamentos, documentação comprobatória das reuniões realizadas e o valor total das despesas.