A chegada de dezembro costuma trazer uma mistura de emoções, expectativa, nostalgia, cansaço acumulado e uma sensação de urgência que parece acelerar os dias e traz consigo um combo de estresse e ansiedade.
Esse fenômeno, conhecido como “Síndrome de fim de ano”, tem sido cada vez mais observado por especialistas. Para o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, o quadro é resultado direto da sobrecarga emocional e cognitiva que se intensifica nesse período. “A síndrome de fim de ano na verdade é o acúmulo de vários sentimentos comuns neste período, para os quais nem sempre as pessoas estão emocionalmente preparadas e isso gera a ansiedade e estresse”, afirma.
Os efeitos no cérebro
O cérebro interpreta dezembro como um marcador simbólico de encerramento. Metas não concluídas, decisões adiadas e frustrações acumuladas entram em conflito com a pressão social de celebração e produtividade.
De acordo com o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, esse conflito ativa alguns sistemas cerebrais como amígdala, ínsula e cíngulo anterior, áreas ligadas ao estresse, à autopercepção e à antecipação de ameaças. “Quando há excesso de estímulos emocionais, o organismo entra em modo de alerta contínuo. O cortisol se eleva, o sono se torna fragmentado e a capacidade de memória de trabalho diminui, por isso, muitas pessoas relatam dificuldade de concentração, irritabilidade e cansaço extremo”.
O cortisol se eleva, o sono se torna fragmentado e a capacidade de memória de trabalho diminui, por isso, muitas pessoas relatam dificuldade de concentração, irritabilidade e cansaço extremo
Impacto deste efeito aparece nas relações sociais
O impacto deste efeito também aparece nas relações sociais. Com agendas lotadas, compras, viagens e confraternizações, o cérebro se vê em um estado permanente de multitarefa, o que aumenta a fadiga mental. “Isso acontece como se o cérebro estivesse tentando resolver todas as demandas emocionais ao mesmo tempo, e isso desorganiza bastante o sistema emocional e forma um terreno fértil para a ansiedade e estresse”.
Isso acontece como se o cérebro estivesse tentando resolver todas as demandas emocionais ao mesmo tempo, e isso desorganiza bastante o sistema emocional e forma um terreno fértil para a ansiedade e estresse
“Quando temos em mente que o estresse é o resultado de um acúmulo emocional, conseguimos reorganizar melhor o nosso comportamento e reduzir a pressão interna”, alerta o Dr. Fabiano de Abreu Agrela.
Como lidar com a Síndrome de fim de ano ou Dezembrite
Dezembrite, o termo popular, não clínico, serve para descrever a angústia, estresse, ansiedade ou tristeza que muitas pessoas sentem no final do ano, durante as festas de fim de ano, já listados pelo especialista. Saiba como lidar:
- Organize-se: Planeje tarefas e delegue responsabilidades para diminuir a sobrecarga;
- Cuide da Saúde Mental: Descanse, faça pausas, escolha companhias e aprenda a dizer “não”;
- Seja Gentil Consigo Mesmo: Perdoe-se pelo que não foi feito, valorize pequenas conquistas e evite a comparação com os outros;
- Foque no Presente: Lembre-se que a vida acontece no agora e encare o próximo ano como uma nova oportunidade;
- Busque Ajuda: Se os sentimentos forem muito intensos e atrapalharem sua rotina, procure um profissional de saúde mental

Quando temos em mente que o estresse é o resultado de um acúmulo emocional, conseguimos reorganizar melhor o nosso comportamento e reduzir a pressão interna
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/12/dezembrite-conheca-a-sindrome-de-fim-de-ano/
