
Celebrado extraoficialmente no dia 15 de agosto, o Dia dos Solteiros vem ganhando espaço entre datas comemorativas e se consolidando como um momento de reflexão e valorização da individualidade. Em um cenário em que o autocuidado e a independência emocional são cada vez mais discutidos, a data tem deixado de ser vista como um contraponto ao Dia dos Namorados para se tornar um símbolo de empoderamento pessoal.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 50% dos adultos no Brasil vivem sem um parceiro fixo. O número crescente de solteiros tem influenciado não apenas a dinâmica dos relacionamentos, mas também movimentado o mercado e mudado o discurso em torno da vida a dois.
“Solteira sim, sozinha nunca é algo que sempre digo quando perguntam por um namorado. Por que que a gente tem que ter um namorado? é para dar uma satisfação para a sociedade? Às vezes ser solteira te garante mais paz”, diz a universitária Bruna Teixeira, 25 anos.
Para a psicóloga e terapeuta de relacionamentos Lívia Soares, a valorização da solteirice está ligada a uma mudança cultural significativa. “Durante muito tempo, estar solteiro era associado à solidão ou à infelicidade. Hoje, vemos uma nova geração que prioriza o autoconhecimento e a realização pessoal antes de se comprometer com alguém”, explica.
Em busca do “match” nos aplicativos e redes sociais
Por outro lado, outras milhares de pessoas querem sair do status de solteiro ou solteira. Nos últimos anos, os aplicativos de relacionamento transformaram completamente a forma como as pessoas se conhecem, interagem e constroem vínculos afetivos. Em um mundo cada vez mais conectado, onde o tempo é escasso e os encontros casuais diminuem, essas plataformas oferecem uma maneira prática e acessível de encontrar parceiros, sejam eles para relacionamentos sérios, amizades ou apenas encontros casuais.
Nas redes sociais, em grupos na internet ou em sites de aplicativos, pessoas se colocam “à disposição” para um relacionamento sério, namoro ou afins. Aplicativos como Tinder, Bumble, Happn, Grindr e outros popularizaram o “match”, uma dinâmica baseada em perfis com fotos, breves descrições e preferências. Com poucos toques na tela, é possível iniciar uma conversa com alguém do outro lado da cidade — ou até do mundo.
Apesar da praticidade, os aplicativos de relacionamento também geram debates importantes. Algumas críticas envolvem a superficialidade dos encontros, o uso excessivo da aparência como critério de escolha, e a possível criação de uma cultura de descartabilidade emocional. Além disso, há preocupações com segurança, privacidade e o risco de perfis falsos ou comportamentos abusivos.
Por outro lado, muitas histórias de amor começaram exatamente nesses aplicativos. Casamentos, amizades duradouras e conexões inesperadas provam que, mesmo no ambiente digital, sentimentos genuínos podem florescer. O segredo está no uso consciente da ferramenta, com clareza sobre o que se busca e respeito mútuo entre os envolvidos. “Eu estou solteira há algum tempo. Meu último relacionamento foi há 3 anos, depois disso conheci algumas pessoas, mas não evoluiu pra algo mais sério. Eu gosto de namorar, de ter alguém ali comigo, mas está muito difícil encontrar alguém. Eu tenho 2 aplicativos de relacionamento e tô tentando encontrar alguém que dê certo”, disse Shirley dos Santos, de 49 anos.
Como surgiu a data?
Embora não tenha origem oficial no Brasil, o Dia dos Solteiros é inspirado em movimentos internacionais, como o Singles’ Day, comemorado em 11 de novembro na China — data que, inclusive, se tornou o maior evento de compras online do mundo, superando a Black Friday. No Brasil, a celebração ganhou força nas redes sociais nos últimos anos e tem sido adotada informalmente em 15 de agosto.
O amor começa por você
Em tempos onde o amor é superexposto nas redes sociais, o Dia dos Solteiros surge como um lembrete poderoso: você não precisa de um par para ser inteiro. É uma data para rir de si mesmo, brindar à liberdade, cuidar da saúde emocional e, quem sabe, abrir espaço para novos começos — com ou sem aliança no dedo. Afinal, como já dizia o poeta: antes só, do que mal acompanhado — e bem acompanhado de si mesmo, melhor ainda.
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/08/dia-dos-solteiros-amor-proprio-e-simbolo-de-empoderamento/