28 de abril de 2025
Dia Internacional da Educação ressalta barreiras e soluções para o
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Celebrado nesta segunda-feira (28), o Dia Internacional da Educação foi criado no Fórum Mundial de Educação de 2000. Naquele momento, 164 nações assinaram a Declaração de Dacar, garantindo seis metas prioritárias: ampliar o acesso à educação infantil, garantir o ensino primário gratuito para todos, promover a equidade de gênero, diminuir o analfabetismo, aprimorar e avançar com medidas relacionadas a qualidade do ensino e atender às necessidades de aprendizagem de jovens e adultos.

Após 25 anos, embora haja evidentes avanços, as complicações persistem e, em algumas situações, se intensificaram. Segundo o Relatório de Monitoramento Global da Educação 2024 da UNESCO, cerca de 251 milhões de crianças e jovens seguem fora da escola em todo o planeta. Essa estagnação educacional ocasiona em impactos profundos para sociedade, com problemas sociais e econômicos: estima-se que a evasão escolar e as lacunas no aprendizado possam custar à economia global aproximadamente 10 trilhões de dólares até o ano de 2030.

Diante deste contexto, é necessário repensar os trajetos da educação. Alternativas inovadoras vêm ganhando ênfase, com destaque para utilização da inteligência artificial, a adoção do ensino híbrido e a valorização do bilinguismo, todos observados como aliados na construção de uma educação mais inclusiva e conectada com as realidades atuais da sociedade.

Educadores ressaltam a urgência de repensar a escola frente a chegada da Inteligência Artificial Generativa (IAG), já presente nas salas de aula e capaz de modificar de maneira profunda as atividades de ensino. O avanço reforça desigualdades digitais e impõe o desafio de formar estudantes críticos, criativos e éticos. “A escola precisa formar sujeitos pensantes, éticos e autônomos, e isso exige integrar a tecnologia ao currículo de forma significativa”, relata Esther Carvalho, diretora-geral do Colégio Rio Branco.

Para a diretora, o docente deve ser valorizado e preparado para realizar a mediação ideal do uso pedagógico da IA. Portanto, celebrar esta data é reforçar o compromisso com uma aprendizagem mais humana, integrada e transformadora. Avanços tecnológicos, competências socioemocionais e múltiplas linguagens, quando praticadas de maneira intencional, ampliam as chances e ocasiões de desenvolvimento, formando assim cidadãos prontos para um mundo em mudança constante.

Tecnologia na educação: um instrumento de ampliação

A crescente presença da tecnologia nas salas de aula tem causado discussões sobre seus efeitos na educação. No momento em que é aplicada de forma intencional e pedagógica, ela deixa de ser vista como distração e passa a representar um forte instrumento para democratizar o acesso ao conhecimento. A UNESCO indica que mais de 90% das políticas públicas ainda não possuem preparação suficiente para lidar com a inteligência artificial nas escolas, o que destaca a importância de um uso consciente e bem conduzido dessas tecnologias.

Para Thais Pianucci, CEO da Start by Alura, a tecnologia tem a capacidade de atravessar barreiras geográficas e tornar o conhecimento algo mais acessível. “Ela representa acesso ao que antes era impensável: cursos de qualidade, mentores incríveis, comunidades que apoiam. Aprender deixou de ter CEP. A tecnologia não substitui o professor, ela amplia o alcance daquilo que transforma: o conhecimento”, destaca.

Nas instituições mais alinhadas com os desafios contemporâneos, a tecnologia tem sido incorporada de maneira estratégica à cultura de inovação educacional. Essa forma integrada de agir vai além do uso de instrumentos digitais: envolve a reformulação de processos pedagógicos, a otimização da gestão escolar e o fortalecimento da comunicação com as famílias. “Estamos formando cidadãos do século XXI e a tecnologia deve ser nossa aliada nesse percurso, sempre com uma visão ética e humana. É essencial garantir que essas ferramentas não substituam o vínculo pedagógico, mas o fortaleçam”, disse Juliana Storniolo, diretora de ensino da FourC Bilingual Academy.

Para Storniolo, se utilizadas de forma intencional, as tecnologias podem contribuir para que cada aluno construa um percurso de aprendizagem mais independente, criativo e conectado com as necessidades do mundo atual.

Educação socioemocional: fundamental para formação humana

A educação socioemocional tem realizado um papel fundamental nas escolas, refletindo de forma direta na qualidade das relações interpessoais, no rendimento acadêmico e também na saúde mental dos estudantes.

Características como empatia, autorregulação e resiliência passaram a ser valorizadas com a mesma relevância de outros conteúdos curriculares. Registros da Organização Mundial da Saúde indicam que os transtornos mentais estão entre as principais causas de evasão escolar entre jovens. No ano de 2019, aproximadamente 14% dos adolescentes em todo o planeta viviam com algum tipo de transtorno mental, por diversas vezes não diagnosticado nem mesmo tratado.

Tal contexto destaca a urgência de implementar ações preventivas e de apoio emocional dentro do ambiente escolar, para que assim o bem-estar dos estudantes seja promovido, criando boas condições para que possam continuar a aprender e a desenvolver-se de maneira saudável.

Bilinguismo

Entender por completo um segundo idioma ainda na infância vai muito além da fluência linguística, é um fato determinante para o desenvolvimento global dos estudantes. Estudos evidenciam que alunos bilíngues apresentam ganhos significativos em diversos setores cognitivos, como flexibilidade mental, resolução de problemas, memória de trabalho e habilidades de multitarefa.

No entanto os benefícios do bilinguismo não estão limitados ao raciocínio lógico, no campo social e emocional, o contato com duas línguas contribui para a formação de indivíduos mais empáticos, abertos à diversidade e preparados para entender diferentes perspectivas culturais.

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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/04/dia-internacional-da-educacao-ressalta-barreiras-e-solucoes-para-o-ensino-nos-dias-atuais/