Uma breve caminhada até a Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Manicoré, no Amazonas, é suficiente para o trabalhador rural Delson do Nascimento, que vive com diabetes há cinco anos, receber o acompanhamento necessário. Ele é atendido pela Estratégia de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR), que assegura o cuidado contínuo e adaptado à sua realidade no território amazônico.
Delson, de 65 anos, morador de uma comunidade ribeirinha, é acompanhado pela equipe multidisciplinar da UBS Manoel Vaz Vieira. Ele relata: “Descobri que tinha diabetes quando trabalhava na roça e passei a sentir tonturas, fraqueza no corpo, não conseguia enxergar direito. Fui ao médico, fiz os exames e entendi o que era diabetes. Hoje eu tomo o medicamento certinho e me alimento bem do jeito que a nutricionista recomenda. Sou muito bem atendido sempre que venho à UBS”.
O trabalhador rural representa uma das 12,3 milhões de pessoas no Brasil com mais de 18 anos diagnosticadas com diabetes mellitus, o que corresponde a cerca de 7,7% da população, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019.
Neste Dia Mundial do Diabetes, celebrado nesta sexta-feira (14/11), o Ministério da Saúde reforça a relevância não apenas do diagnóstico, mas também da prevenção e do cuidado integral. É nas UBS que esses indivíduos encontram o acolhimento e o acompanhamento de saúde adequado, que inclui exames, consultas, tratamento e ações de prevenção e promoção da saúde, conduzido por equipes multidisciplinares.
Diagnóstico e tratamento gratuito
O Diabetes Mellitus é uma doença crônica não-transmissível causada pela incapacidade do organismo de produzir ou utilizar a insulina de maneira eficiente. A insulina, um hormônio pancreático, é vital para controlar a glicose no sangue, sendo essencial para que o corpo metabolize a glicose dos alimentos, sua principal fonte de energia.
O diagnóstico é realizado por meio de exame que mede a glicemia no sangue e começa com o acolhimento na UBS, que é a porta de entrada do usuário no Sistema Único de Saúde (SUS) para prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e acompanhamento contínuo, controle dos fatores de risco e prevenção de complicações.
De janeiro a maio deste ano, o Sistema de Informação da Atenção Primária à Saúde (Siaps) registrou mais de 12,6 milhões de atendimentos a pessoas com diabetes na Atenção Primária à Saúde (APS).
Além do monitoramento nas UBS, o SUS fornece gratuitamente quatro tipos de insulinas (humanas NPH e regular, e análogas de ação rápida e prolongada), além de medicamentos orais e injetáveis para diabetes.
Para o monitoramento do índice glicêmico, as UBS também disponibilizam tiras/fitas reagentes, lancetas e seringas. Desde fevereiro de 2025, o Programa Farmácia Popular passou a oferecer 100% dos medicamentos e insumos, incluindo os de diabetes, gratuitamente.
O jornalista aposentado João Batista da Silva, de Brasília, é um exemplo desse cuidado. Há 12 anos, ele adota cuidados específicos com o acompanhamento da equipe multidisciplinar de saúde na UBS próxima de sua residência. “Desde que fui diagnosticado, faço todo o tratamento pelo SUS. A equipe de saúde é maravilhosa, me orienta e me ajuda a pegar os medicamentos. Tem também o agente de saúde, que vai sempre à minha casa saber como estou e encaminha as solicitações de exames periódicos que preciso fazer. Me sinto bastante acolhido”, afirmou João Batista.
Entre as medidas preventivas para condições crônicas, como o diabetes, o Ministério da Saúde recomenda a prática regular de atividade física, conforme orienta o Guia da Atividade Física para a População Brasileira, e a adoção de uma alimentação adequada e saudável, seguindo o Guia Alimentar para a População Brasileira.
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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/11/dia-mundial-do-diabetes-saiba-como-e-o-tratamento-no-brasil/
