10 de julho de 2025
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Durante o seminário “A Transição Energética e a Sustentabilidade do Futuro”, realizado na sede do BNDES nesta quarta-feira (9), a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, voltou a defender o uso de moedas locais nos financiamentos realizados entre os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

“Uma das soluções mais promissoras envolve a ampliação do uso de moedas locais nos financiamentos realizados por bancos multilaterais, porque você obterá uma taxa de juros menor”, destacou Dilma Rousseff.

Dilma explicou que o uso do dólar ou do euro em contratos de longo prazo, como os de hidrelétricas ou usinas de energia renovável, gera insegurança para os países tomadores de empréstimo, por causa da variação cambial e da política monetária de países desenvolvidos.

“O acesso à moeda internacional não é adequado para financiamentos de longo prazo, porque você terá o risco crescente de ter situações que você não controla”, afirmou a ex-presidente.

Segundo ela, 25% da carteira atual do NDB já está denominada em moedas locais, com meta de atingir 30% até 2026, tornando o banco uma referência entre instituições multilaterais nesse tipo de operação.

Dilma Rousseff apontou que essa política reduz a pressão sobre o setor privado dos países emergentes, que muitas vezes não conseguem suportar os efeitos da desvalorização cambial sobre os contratos internacionais.

“Financiamentos em moedas locais ajudam a mitigar riscos cambiais relacionados a moedas avançadas, cujas políticas monetárias os países em desenvolvimento não controlam”, completou.

O Novo Banco de Desenvolvimento foi criado em 2014 pelos países fundadores do Brics. Hoje, a instituição conta com 11 países-membros, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Bangladesh, Egito, Argélia, Uzbequistão e Colômbia.

Desde sua criação, o NDB já aprovou 122 projetos, somando US$ 40 bilhões em investimentos. Apenas o Brasil recebeu 29 projetos aprovados, totalizando US$ 7 bilhões, com US$ 4 bilhões já desembolsados — o que representa 18% do total de desembolsos do banco.

As medidas adotadas pelo NDB para favorecer os países membros do Brics provocaram reação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou impor tarifas contra países que adotarem o que chamou de “políticas antiamericanas”.

Fonte: Agência Brasil

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/07/dilma-defende-uso-de-moedas-locais-nos-financiamentos-do-brics-para-promover-desenvolvimento-sustentavel/