
Contrários a Ação Civil Pública movida pelo MP, contra a FMF, presidentes de Ligas filiadas a entidade entendem que a gestão de FMF acumula avanços concretos, pois a entidade evoluiu em termos de organização, protagonismo institucional, calendário esportivo e desempenho técnico.
Edmilson Coutinho, presidente da Liga de Caxias, destacada que a federação centenária ocupa o 15º lugar no Ranking Nacional da CBF, a melhor posição desde a fundação, ultrapassando estados com maior orçamento e tradição esportiva, e que outro progresso conquistado diz respeito à participação do Maranhão na Copa do Nordeste, que, até então, integrava o torneio da região Norte. Esse feito, segundo o dirigente, só foi possível após uma defesa incisiva dele, junto à cúpula nacional do futebol.
“Não estamos aqui para distorcer nossa realidade, mas os dados, por si só, evidenciam uma verdade bem diferente da apregoada. Vários foram os benefícios alcançados nos últimos anos. A interiorização é um avanço crucial. Em outrora, tudo era muito restrito à capital, e agora o interior tem voz e vez, tanto que houve ampliação de cinco para 15 o número de competições por temporada, o que reflete um aumento de 200%”, destacou o radialista Edmilson Coutinho, presidente da Liga de Caxias, filiada à entidade desde 2003, e representante do Juventude de São Mateus e Sabiá Futebol Clube (Caxias). Ambos os times pertencem aos quadros da FMF desde 2005 e 2008, respectivamente.
Justificativa para ausência de torcedores
Um ponto recorrente nas críticas à FMF é a tentativa de transferir à entidade a responsabilidade por resultados negativos dos clubes. No entanto, o presidente da liga lembra que é preciso separar o que é paixão do que é instituição. “As federações de futebol não têm torcedores. Nenhuma criança cresce torcendo por uma instituição. O que leva o torcedor ao estádio é o amor ao clube, à camisa e à bandeira que representa sua identidade, sua cidade ou seu bairro”.
A ausência de público, gerando receita de forma direta, estaria ligada a diversos fatores, pois, do contrário, mesmo com grandes estruturas e transmissões nacionais, as principais competições promovidas pela CBF também não enfrentariam baixa presença de público, como os campeonatos nacionais das Séries A, B, C e D, os quais frequentemente apresentam arquibancadas vazias, mesmo com clubes tradicionais em campo.
Outro exemplo citado é a Copa do Brasil, que em suas fases iniciais chega a registrar o mesmo cenário em várias regiões do país. E nem a badalada Copa do Nordeste escapa da crise de público em determinadas partidas, sobretudo quando os jogos não envolvem clássicos ou a tabela apresenta confrontos previsíveis e pouco atrativos, entende o dirigente, que completa afirmando que o fenômeno não ocorre só aqui em nosso estado.
“Essas informações denotam que o torcedor precisa de emoção, rivalidade e espetáculo. O desinteresse é inevitável em todo o mundo — e não é só aqui no Maranhão — quando as competições se tornam mornas, com elencos desfalcados e sem jogadores conhecidos nacionalmente. Atribuir à FMF a responsabilidade direta pela ausência de público nos estádios é distorcer a lógica do futebol, já que essa incumbência não é fruto da atuação da entidade organizadora. Acho uma irresponsabilidade colocar esse encargo, apenas, no colo das entidades”, esmiuçou.
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/07/dirigentes-de-ligas-apoiam-gestao-da-fmf/