
O Prêmio Oceanos anuncia os 50 semifinalistas da edição de 2025, 25 na categoria poesia e 25 em prosa (romance, conto, crônica e dramaturgia). A diversidade de nacionalidades de escritores e jurados que o prêmio vem conquistando e o resultado dessa primeira etapa enfatizam a proposta do Oceanos de valorização da língua portuguesa, e o caráter cada vez mais internacional e plurinacional da premiação.
A edição de 2025 registrou 3.142 inscrições – o maior número já recebido – vindas de sete países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Esses livros contaram com a avaliação de jurados de seis países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
A lista de semifinalistas (25 de poesia e 25 de prosa) evidencia uma abrangência geográfica ao totalizar livros de 5 países (Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal), sendo que o Brasil aparece representado por quase todo o seu território, com autores de 12 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e do Distrito Federal.
Outro recorde deste ano foi a participação das editoras: das488 que inscreveram suas obras no Oceanos, 37 estão na lista de semifinalistas, sediadas no Brasil, Moçambique e Portugal.
Na poesia, chama a atenção o grande arco geracional, com autores da geração de 1930 até 1990. Um exemplo pode ser visto na interessante história da poeta brasileira Maria do Carmo Ferreira, que começou a escrever poesia ainda criança e a publicar seus poemas na década de 60, em revistas e suplementos literários, tendo, no entanto, permanecido inédita em livro até 2024. Nesta edição do Oceanos, ela aparece entre os semifinalistas com dois livros de poesia. Ao mesmo tempo, há nomes como os das poetas Natasha Félix, brasileira, e Sofia Lemos Marques, portuguesa, ambas nascidas na década de 1990.
Verifica-se abrangência semelhante também na prosa. Ao lado de autores que já se tornaram ícones das literaturas em língua portuguesa, como o moçambicano Mia Couto, o angolano José Eduardo Agualusa, o brasileiro Chico Buarque e a portuguesa Teresa Veiga, encontram-se jovens ficcionistas que começam a despontar na cena literária atual, como os estreantes Victor Vidal, brasileiro, e Francisco Mota Saraiva, português.
Histórico
O Oceanos 2025 bateu recorde de inscrições: recebeu 3.142 obras, da maioria dos países de língua portuguesa da CPLP. O trabalho de leitura e avaliação das obras durou mais de quatro meses, e coube a dois júris especializados, um de prosa e outro de poesia, formados por profissionais de seis diferentes nacionalidades. Cada júri elegeu 25 livros de prosa e 25 de poesia, de autoras e autores de cinco nacionalidades: Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal.
Esses livros seguem para a segunda etapa, que selecionará os 10 finalistas entre os 50 selecionados agora. As obras foram encaminhadas para dois júris distintos, um de prosa e outro de poesia, que os avaliarão até o final de outubro para eleger os cinco finalistas de cada gênero.
Veja abaixo a lista completa dos semifinalistas:
Prosa
12 peças, Júlia Spadaccini – Patuá (Brasil – RJ)
A cegueira do rio, Mia Couto – Caminho / Companhia das Letras (Moçambique)
A mulher de dois esqueletos, Julia Dantas – Dublinense (Brasil – RS)
Afastar-se para perto, Marcelo Ariel – Reformatório (Brasil – SP)
Aquando nem o inferno, Fernando Dusi Rocha – 7Letras (Brasil – MG)
Aqui onde canto e ardo, Francisco Mota Saraiva – Gradiva (Portugal)
As melhoras da morte, Rui Cardoso Martins – Tinta-da-China (Portugal)
Bambino a Roma, Chico Buarque – Companhia das Letras (Brasil – RJ)
Buraco de dentro, Ana Márcia Diógenes – Patuá (Brasil – CE)
Cabra que lambe sal, Letícia Bassit – Reformatório (Brasil – SP)
Carne marcada, Cássio Goné – Cachalote (Brasil)
Cidade abstrata, Flávio Kiefer – Libretos (Brasil – RS)
Corpo vegetal, Julieta Monginho – Porto Editora (Portugal)
Emídio e Ermelinda, Sandro William Junqueira – Caminho (Portugal)
Essa coisa viva, Maria Esther Maciel – Todavia (Brasil – MG)
Josephine, minha neguinha, Breno Fernandes – Caramurê (Brasil – BA)
Mestre dos Batuques, José Eduardo Agualusa – Quetzal / TusQuets (Angola)
Não há pássaros aqui, Victor Vidal – Leya / Todavia (Brasil – RJ)
O Livro que me escreveu, Mário Lúcio Sousa – Dom Quixote – romance (Cabo Verde)
Os dias do ruído, David Machado – Dom Quixote – romance (Portugal)
Ressuscitar mamutes, Silvana Tavano – Autêntica – romance (Brasil – SP)
Toda a gente tem um plano, Bruno Vieira Amaral – Quetzal – romance (Portugal)
Todos nós sonhávamos em ser Carmen Miranda, Kaio Phelipe – Impressões de Minas – contos (Brasil – RJ)
Vento em setembro, Tony Bellotto – Companhia das Letras (Brasil – SP)
Vermelho delicado, Teresa Veiga – Tinta-da-China – contos (Portugal)
Poesia
A menor das tempestades, Josoaldo Lima Rêgo – Editora 34 (Brasil – MA)
A parte que falta, José Antônio Cavalcanti – Urutau (Brasil – RJ)
Acrobata, Alice Sant’Anna – Companhia das Letras (Brasil – RJ)
As cidades conquistadas, José Eduardo Degrazia – Bestiário (Brasil – RS)
As Coisas do Morto, Francisco Guita Jr. – Gala-Gala (Moçambique)
Asma, Adelaide Ivánova – Nós (Brasil – PE)
Encontro com a invenção, Elisa Lucinda – Pallas (Brasil – ES)
Fyah: do ódio ao amor, Negafyah – Malê (Brasil – BA)
Gesto: gestos, Harley Farias Dolzane – Edições 1/4 (Brasil – PA)
Inferninho, Natasha Felix – Círculo de Poemas (Brasil – SP)
Lições da Miragem, Ricardo Gil Soeiro – Assírio & Alvim (Portugal)
Longarinas, Ana Maria Vasconcelos – 7Letras (Brasil – AL)
Ninguém fica rica a trabalhar, Sofia Lemos Marques – Urutau (Portugal)
O coração do deserto é azul, Fiori Esaú Ferrari – Litteralux (Brasil – SP)
O Outro: poema, Michele Flores – Urutau (Brasil – MG)
O pito do pango & outros poemas, Fabiano Calixto – Corsário-Satã (Brasil – PE)
O que nunca mais recuperamos, Luís A. Fernandes – Os Livros de Oeiras (Portugal)
Onda Desobediente, Álvaro Seiça – não (edições) (Portugal)
Opções para morrer no espaço, Dalila Teles Veras – Patuá (Portugal)
Os sonhos nunca são velhos, João Melo – Inmensa Editorial (Angola)
Pequeno caderno maranhense, Nilson – Cepe (Brasil – MA)
Poesia reunida: Cave Carmen, Maria do Carmo Ferreira – Martelo (Brasil – MG)
Poesia reunida: Coram populo, Maria do Carmo Ferreira – Martelo (Brasil – MG)
Povoemas, Nadja Rodrigues de Oliveira – 7Letras (Brasil – DF)
Sonata de uma nação vagabunda, Mudungazi – Kulera (Moçambique)
Oceanos
O Oceanos é realizado via Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), pelo Ministério da Cultura, e conta com o patrocínio do Banco Itaú, da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas da República Portuguesa, o apoio do Itaú Cultural, da Biblioteca Nacional de Moçambique e do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde; e o apoio institucional da CPLP. O Prêmio Oceanos é administrado pela Associação Oceanos, em Portugal, e pela Oceanos Cultura, no Brasil.
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/08/dois-autores-maranhenses-estao-entre-os-50-semifinalistas-do-premio-literario-oceanos/