17 de agosto de 2025
Educação Bilíngue: O Caminho para o Futuro
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Em um mundo cada vez mais conectado, o domínio de um segundo idioma deixou de ser um diferencial para se tornar uma necessidade. No Maranhão, o Grupo Educacional Évora tem sido pioneiro nesse movimento com as escolas Maple Bear (ensino bilíngue) e Audaz (colégio e pré-vestibular de alto desempenho). Em entrevista exclusiva para O IMPARCIAL, Ingrid Grill, diretora do grupo, compartilhou sua trajetória, os benefícios do ensino bilíngue e os desafios de implementá-lo em um estado com particularidades culturais e sociais únicas.

Da pedagogia ao empreendedorismo

Natural do Rio Grande do Sul, Ingrid Grill chegou ao Maranhão ainda no ensino médio. Formada em Pedagogia pela UFMA, construiu uma carreira que transitou entre o setor público e o privado, incluindo passagens pela Secretaria Municipal de Educação de São Luís e pelo Ministério da Educação. Foi durante seu trabalho como diretora pedagógica em uma escola local que surgiu a oportunidade de fundar a Maple Bear São Luís, há 15 anos. “Era um projeto desafiador, mas sabíamos que era o momento de trazer algo inovador para o estado”, relembra.

A escola começou com 94 alunos e hoje é referência em educação bilíngue, combinando o currículo brasileiro com a metodologia canadense. Hoje, a Maple Bear São Luís está ainda mais respaldada por compor um grupo educacional que tem como foco o ensino inovador.

O que faz uma escola ser bilíngue?

Ingrid explica que, na busca por modelos de ensino em outros idiomas, os pais precisam se atentar para algumas diferenças. As escolas internacionais seguem o currículo de outras nações, como as americanas ou inglesas. As escolas bilíngues, no caso, oferecem uma imersão parcial, com parte das disciplinas ministradas em inglês dentro do currículo brasileiro. Já as escolas com carga ampliada de inglês, que aumentam as horas dedicadas ao idioma, mas que não o utilizam como meio de ensino, não são consideradas bilíngues.

Na Maple Bear, as crianças têm imersão total no inglês nos primeiros anos. “Os pequenos acreditam que a professora só fala inglês”, brinca Ingrid. A partir dos 5 anos, metade das disciplinas são ministradas no idioma canadense, enquanto História e Geografia reforçam a cultura local.

Professores e Identidade

Um dos maiores desafios no ensino bilíngue no Maranhão é a escassez de professores qualificados. “Apenas 15% dos nossos docentes vêm de outros estados ou países. Os outros 85% são maranhenses, profissionais que capacitamos e investimos em qualificação contínua”, destaca. Outro ponto sensível é equilibrar padrões globais com a realidade local. “Não adianta formar um aluno fluente em inglês se ele não conhece a cultura do lugar que nasceu”, afirma. Para incentivar e estabelecer essa identidade cultural, a escola promove projetos que unem o idioma à cultura maranhense.

Por que vale a pena investir no bilíngue?

Além da fluência, Ingrid ressalta que os alunos desenvolvem importantes habilidades socioemocionais, como a autonomia, estimulada por meio da liderança em pesquisas e debates; o pensamento crítico, que amplia a capacidade de análise fortalecida pelo aprendizado em dois idiomas; e o preparo para o mercado de trabalho, já que, segundo ela, “o inglês hoje não é diferencial, é requisito. E o mercado exige também saber trabalhar em equipe e se comunicar bem”.

Um exemplo é a simulação da ONU (MUN), onde os alunos defendem pautas internacionais. “Isso vai além da língua: é sobre argumentação, diplomacia e repertório”, explica.

Além de garantir repertório relevante, os profissionais bilíngues, especialmente aqueles com domínio de inglês, têm mais oportunidades de carreira e salários elevados em relação àqueles que não dominam outros idiomas. Em resumo, os inúmeros benefícios deste tipo de ensino abrangem aspectos sociais e profissionais, transformando estudantes por meio de um desenvolvimento inigualável.

A Família no Processo

Com a demanda por educação bilíngue em alta, o Grupo Évora planeja expandir sua atuação educacional, envolvendo as famílias no processo e apoiando o desenvolvimento de seus alunos.

Ingrid finaliza com uma mensagem: “Abram mão da ideia de que a escola precisa ser como a de vocês. O mundo mudou, e preparar filhos para ele exige escolhas corajosas. Visitem escolas, perguntem como valorizam nossa cultura e como formam não só falantes de inglês, mas cidadãos éticos e preparados para o futuro”.

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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/08/educacao-bilingue-o-caminho-para-o-futuro/