Educação corporativa: estratégia para reduzir desemprego entre jovens no Maranhão

O desemprego entre jovens no Maranhão permanece como um dos maiores desafios sociais do estado. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), em 2024, 26,9% dos jovens maranhenses não estudavam, não trabalhavam e tampouco procuravam emprego — índice superior ao da média nacional e ao da Amazônia Legal. Esse cenário reforça a necessidade de políticas públicas e de iniciativas privadas capazes de preparar essa população para o mercado de trabalho formal.

Nesse contexto, projetos de educação corporativa promovidos por empresas podem desempenhar um papel decisivo no desenvolvimento econômico. Direcionados principalmente a estagiários e aprendizes, esses programas oferecem treinamentos práticos e estratégicos que fortalecem a formação técnica e comportamental dos jovens. Além de ampliar suas chances de reconhecimento interno e efetivação, contribuem diretamente para o crescimento das organizações e para a dinamização da economia local.

Uma avaliação realizada por Eliane Maria Santos de Melo, pós-graduada em Gestão de Projetos pelo MBA USP/Esalq, atualmente residente na cidade de Imperatriz – MA, revelou resultados expressivos em um desses programas empresariais.

O Projeto Universo foi implementado em uma edtech sediada em São Paulo, mas com participantes distribuídos em diferentes regiões do Brasil – e até mesmo em outro país. Os encontros foram realizados de forma remota, o que possibilitou a participação de jovens.

A pesquisa identificou que 100% dos jovens participantes consideraram a experiência positiva para sua formação profissional, destacando competências como comunicação assertiva, gestão do tempo e uso de tecnologias. As atividades práticas também foram apontadas como fundamentais para a fixação do aprendizado.

A percepção das lideranças reforçou esse impacto: mais de 80% incentivaram a participação dos jovens em todas as etapas.

Para Eliane, os projetos corporativos de capacitação são fundamentais para transformar a realidade de muitos jovens. “Essas iniciativas mostraram-se eficazes não apenas no desenvolvimento de competências técnicas, mas também no fortalecimento da motivação e do engajamento. Ao preparar estagiários e aprendizes de forma estratégica, criamos condições para que ingressem no mercado com mais segurança e perspectivas reais de crescimento”, avalia.

Os dados nacionais também indicam avanços importantes: no último trimestre de 2024, o Brasil registrou 14,5 milhões de jovens ocupados, número superior ao observado antes da pandemia. Apesar da queda da taxa de desemprego juvenil para 14,3%, o Maranhão segue com índices mais altos de ociosidade, o que reforça o papel estratégico das iniciativas privadas no estado.

“Quando investimos na profissionalização de jovens, estamos investindo no futuro das organizações e no desenvolvimento do estado. Projetos de educação corporativa podem ser catalisadores na redução do desemprego juvenil, especialmente em regiões que enfrentam maiores índices de vulnerabilidade”, conclui Eliane.