23 de junho de 2025
Encontro na Bumbassa: jazz, hip-hop e ancestralidade
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A música, quando pulsa das ruas e ecoa da ancestralidade, não é apenas entretenimento: é linguagem de luta, memória e pertencimento. Em tempos em que a arte precisa se reafirmar como instrumento de resistência e afeto, São Luís vê nascer um novo espaço que une som e sentido no centro da cidade. Trata-se do Encontro na Bumbassa, que estreia neste sábado (24), na Birosca do Bigode, um novo espaço dedicado à música de resistência, criatividade e conexão cultural: a primeira edição do Encontro na Bumbassa será realizada na Birosca do Bigode, a partir das 16h, reunindo três atrações que simbolizam a força de diferentes sonoridades e narrativas do Maranhão.

O evento marca o nascimento de uma proposta que vai além da celebração musical. É o início de um movimento que pretende fortalecer laços entre artistas, públicos e expressões artísticas enraizadas na vivência urbana e na ancestralidade. A abertura da programação fica por conta do DJ Victor Hugo, conhecido por seus sets vibrantes e cheios de identidade, aquecendo o ambiente com uma seleção que percorre ritmos contemporâneos e referências afro-brasileiras.

A Banda Bumbassa, anfitriã da festa, faz sua estreia nesse novo circuito com uma proposta sonora que funde jazz, toada e groove maranhense. A sonoridade da banda reflete a alma da cidade, reverberando nas ruas, nos tambores e nos improvisos que fazem parte do cotidiano cultural ludovicense.

Mas é com a participação do Gíria Vermelha que a noite promete alcançar seu auge político e poético. Formado por Hertz Dias e Rosenverck Estrela Santos, o grupo é um dos nomes mais emblemáticos do Movimento Hip Hop Organizado do Maranhão – Quilombo Urbano, que em 2010 completou duas décadas de atuação. Surgido em 2002, o Gíria Vermelha traz na sua trajetória um compromisso inegociável com a denúncia social e a valorização da memória coletiva das periferias.

A atual formação conta ainda com a potente presença da cantora Luciana Pinheiro, referência da MPB maranhense, que incorpora camadas melódicas e emotivas à contundência das rimas do grupo. Essa mistura resulta em um espetáculo onde o hip-hop se cruza com a canção popular, criando um diálogo entre passado, presente e futuro da música brasileira feita no Norte e no Nordeste.

Para o Mc Costelo que vai fazer uma participação especial no evento, falou da importância da iniciativa. “O Encontro na Bumbassa representa muito mais do que um show. É um respiro coletivo, um espaço onde nossas vozes ecoam sem filtro, onde a arte de rua, a poesia das periferias e a batida da ancestralidade ganham o centro da cidade. A gente precisa ocupar os lugares com a nossa verdade, com a força do que cantamos e vivemos. Essa iniciativa mostra que é possível criar pontes entre o jazz, o hip-hop, a toada e o groove — tudo com identidade maranhense. Isso aqui é revolução cultural na prática. É sobre existir com potência e fazer a cidade ouvir o que muitas vezes tentam calar”, ressaltou MC Costelo

Com entrada gratuita e contribuição voluntária via QR Code no local, o Encontro na Bumbassa convida o público a ocupar o centro histórico de São Luís com arte e resistência. A ideia é simples, mas poderosa: reunir pessoas em torno da música que pulsa, provoca e transforma.

Vale lembrar que o Gíria Vermelha prepara o lançamento do seu novo álbum, “Bela Querida”, previsto para junho de 2025. O disco já está disponível para pré-save nas principais plataformas digitais e promete aprofundar ainda mais as temáticas sociais que pautam a trajetória do grupo.

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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/05/encontro-na-bumbassa-jazz-hip-hop-e-ancestralidade/