
Na manhã desta terça-feira (20), a exposição “Delicadeza – Poemas Pictóricos 3” da artista paranaense Janete Nakatani, foi aberta no Espaço de Artes Ilzé Cordeiro, no Centro de Cultural e Administrativo do Ministério Público do Maranhão (Centro), em São Luís. A mostra apresenta diversas manifestações tradicionais da cultura e da religiosidade popular maranhense. As telas e esculturas seguem em cartaz até o dia 17 de julho.
No total, são 20 quadros em estilo naïf, feitos com a técnica acrílica sobre tela, e cinco esculturas realizadas com material reciclado. As telas evidenciam manifestações como o bumba meu boi, cacuriá, santos católicos como São Pedro, São Francisco e uma imagem de Jesus, paisagens interioranas típicas do Maranhão, entre outros temas. Cada quadro possui um poema correspondente, o que motivou o título da exposição.
Uma das pinturas, que se refere a São Pedro, teve como inspiração um encontro com o artista Cláudio Pinheiro, que faleceu em 2024. “Essa tela é um tributo a Claudio Pinheiro. Certa vez ele reuniu um grupo e nos apresentou uma música recém-gravada, que era a louvação a São Pedro. E depois da composição ele disse que se tornou um devoto, porque viu, à noite, os boizinhos voando para a capela de São Pedro”.
Outra pintura remete ao quintal idílico das casas do interior do Maranhão. “Toda casa tem um quintal desses, com uma árvore grande, um bando de menino correndo, galinha para todo lado, além de uma capelinha, onde os devotos vão rezar”, destacou.
Já as esculturas realizadas a partir da reciclagem de papel, plástico e outros materiais recicláveis, apresentam, personagens femininas negras como catirinas, caixeiras e tecelãs. Além disso, há um guerreiro africano pintado com tinta metálica. “Então todas essas peças têm materiais que seriam descartados na natureza e poderiam se tornar um criador de mosquito. São tampinhas, garrafas pet, entre outros que poderiam ser descartados e transformo num objeto de arte”.
Janete Nakatani relatou que desenha e pinta desde criança, no entanto quando foi acometida por um problema muito sério de saúde decidiu pintar com maior comprometimento. “Queria deixar alguma coisa como um legado e fui pintando”, expresou.
Abertura do evento
No momento da solenidade de abertura, a artista destacou: “Essa mostra também tem a proposta de reativar nas pessoas a delicadeza de cuidar de si, de buscar gentileza, que às vezes a gente vai perdendo no dia a dia”.
Além disso, Janete relatou sobre os pontos e elementos abordados: “Toda brincadeira popular tem um santo. Todo local que você chega tem uma dança. Todo lugar é feliz, porque esse é o Maranhão. Um estado que tem uma riqueza cultural que a gente só tem que admirar. Eu que fotografo com a mente e quero mostrar para o mundo. Para isso, faço meus poemas pictóricos e cada tela conta uma história de algum lugar”, disse.
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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/05/exposicao-no-espaco-de-arte-ilze-cordeiro-destaca-cultura-popular-e-religiosidade-maranhense/