21 de agosto de 2025
Falhas no uso de antibióticos em hospitais brasileiros geram alerta
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Uma pesquisa recente, que avaliou mais de 100 hospitais brasileiros, revela um dado preocupante: um em cada cinco hospitais não ajusta a dosagem de antibióticos de forma correta. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira (20) pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), como parte da campanha “Será que precisa? Evitando a resistência antimicrobiana por antibióticos e antifúngicos”.

Realizado pelo Instituto Qualisa de Gestão (IQG) em hospitais públicos e privados, o levantamento mostra que 87,7% das 104 unidades pesquisadas ainda prescrevem antibióticos de forma empírica, ou seja, por tentativa e erro. Essa prática aumenta o risco de infecções por bactérias mais resistentes.

A presidente do IQG, Mara Machado, reforçou a urgência do problema.“Todos os indicadores reforçam a urgência de políticas públicas robustas. Precisamos urgentemente combater o uso indiscriminado de antibióticos”, afirmou.

Risco para a saúde e para o meio ambiente

De acordo com os especialistas, a falta de um ajuste ideal nas dosagens de antibióticos cria um cenário de alto risco para o surgimento de microrganismos resistentes, tornando esses medicamentos ineficazes. Mara Machado explicou que a resistência antimicrobiana impede o controle efetivo de infecções.

No Brasil, estima-se que 48 mil pessoas morram por ano devido a infecções resistentes. A projeção é que esse número chegue a mais de 1,2 milhão de mortes até 2050. Por isso, o controle da cadeia de uso dos antibióticos, da prescrição ao descarte, é fundamental.

A pesquisa também apontou um problema ambiental: nenhum dos hospitais avaliados possui protocolos para descarte adequado ou análise de efluentes hospitalares. A resistência antimicrobiana é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma crise silenciosa que pode superar o câncer em número de mortes até 2050. Infecções comuns como pneumonia e infecções urinárias já se tornam cada vez mais difíceis de tratar.

“Fazer uso empírico e sem evidências pode levar a outros graves problemas de saúde pública. A resistência aos antibióticos é um fator agravante em muitos casos de morte, por exemplo, em UTIs. São riscos desnecessários que poderiam ser evitados com maior controle. Os hospitais possuem as comissões de controle de infecção hospitalar, mas existem muitas falhas”, ressaltou a infectologista Ana Gales, coordenadora do Comitê de Resistência Antimicrobiana da SBI.

O presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado de São Paulo (AHOSP), Anis Ghattás, destacou o papel dos hospitais no combate ao problema.

“Por isso, estamos trabalhando ativamente para a implementação de protocolos rigorosos e capacitação de equipes para uso racional de antimicrobianos. Nosso compromisso é a orientação técnica. Queremos promover uma resposta coletiva coordenada”, finalizou.

*Fonte: Agência Brasil

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Fonte: https://oimparcial.com.br/brasil/2025/08/falhas-no-uso-de-antibioticos-em-hospitais-brasileiros-geram-alerta-para-resistencia-bacteriana/