A falta de oportunidades e o desemprego estão levando as pessoas a buscar na economia criativa, o seu modo de sobrevivência, usando a criatividade para sair do lugar comum. E o palco de tudo isso é o maior centro comercial de São Luís, a Rua Grande, onde os poucos espaços ainda existentes são disputados de forma solidária pelos seus personagens que vivem e sobrevivem do comércio informal.
Quem vai à Rua Grande para as compras ou até mesmo para passear e se inteirar das novidades no comércio informal, se depara com uma figura muito alegre, trajando uma fantasia que lembra a cantora brasileira Carmen Miranda, que levou o tropicalismo do Brasil para os Estados Unidos da América e para o mundo.
A pessoa já é conhecida como Carmen Miranda, e a sua fantasia multicolorida, ornada com um chapéu coberto de réplicas de frutas de plástico, é um disfarce.
Ele mesmo afirma que se utiliza deste artifício, para evitar comentários maldosos visto que, segundo suas palavras, as pessoas discriminam muito quem trabalha nas atividades comerciais na informalidade. Não revelou seu nome, mas disse que além de trabalhar o dia todo na Rua Grande vendendo salada de frutas, é proprietário de um restaurante na área da Beira-Mar, onde atende sua clientela e é produzida a salada que oferece aos passantes da Rua Grande.
Cuidar da beleza no “meio da rua”
Outro caso inusitado é o das amigas Maria Silva e Claudiana Feques, que observaram que as mulheres que vão à Rua Grande tem pouco tempo para cuidar da beleza e então improvisaram uma tenda e instalaram-se ali para atender a mulherada fazendo-lhes suas sobrancelhas. Ambas foram unânimes em afirmar que, pela qualidade dos seus serviços já fidelizaram muitas clientes e que sempre são procuradas, o que lhes proporciona condições de sustentar suas famílias e atender as necessidades dos filhos. Maria tem quatro filhos menores e Claudiana tem dois.
Flávio Ribeiro viu na venda de milho cozido ou assado, um bom nicho de negócio e se dedica à comercialização das espigas de milho in-natura, cujo processo de cozimento é feita na presença do cliente dentro das normas de higiene, fator que serve para atrair, cada vez mais, sua freguesia.
Bruno Silva viu que havia espaço para a venda de verduras no ambiente da Rua Grande, visto que pessoas que ali vão às compras não podem se desassociar dos afazeres familiares, principalmente na elaboração dos alimentos, e decidiu vender verduras comuns naquele ambiente, oferecendo quiabo, maxixe, abóbora limão, cheiro verde, e outras verduras, formando uma clientela fiel, levada pelo fato destes produtos, serem muito mais caros, nas feiras e mercados da cidade.
Bruno se manifesta satisfeito com sua atividade que lhe rende meios para sustentar seus dois filhos e esposa, assim como pagar o aluguel da casa onde mora. Depois de trabalhar muitos anos em lanchonetes na produção de salgados, sem receber salários condizentes com suas necessidades, Cassiano Silva nascimento, resolveu partir para o empreendedorismo e teve a ideia de improvisar uma lanchonete nada convencional e partiu pra luta com pequenos balcões mostruários com vidros, para garantir a qualidade e condições de higiene dos seus produtos, ou seja, coxinha de frango, pastéis e outros. O negócio deu certo, visto que as pessoas que vão às compras optam, por fazer um lanche rápido com preços baixos com produtos de boa qualidade.
Cassiano ampliou seus negócios e instalou outros três pontos de venda ao longo da Rua Grande e montou e um local seguro alugado, uma cozinha para produzir seus salgados que dali são levados para os pontos de vendas e oferecidos ainda bem quentinhos. Porém, como estava muito cansativo, o que estava comprometendo a desenvoltura dos negócios, Cassiano reduziu e ficou só com um ponto de venda que lhe proporciona faturamento diário que oscila entre 600 a um mil reais. Assim ele já ofereceu quatro postos de trabalho, renumerando seus funcionários com salários dignos garantindo os sustentos dos mesmos e o seu próprio sustento e da sua família.
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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2024/12/falta-de-emprego-leva-populares-a-economia-criativa-na-rua-grande/