
O ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA), tem seu futuro político cercado de incertezas após o PP e o União Brasil anunciarem oficialmente o desembarque do governo Lula nesta terça-feira (2). As legendas deram um prazo de 30 dias para que os filiados deixem seus cargos no Executivo, sob pena de afastamento e eventual expulsão. Até o momento, Fufuca resiste em se desligar do ministério, assim como o ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA), aumentando a tensão no Centrão e no Maranhão.
O anúncio do rompimento, feito em pronunciamento rápido no Congresso, também foi interpretado como um gesto político em direção ao ex-presidente Jair Bolsonaro, cujo julgamento teve início no STF nesta terça-feira. Segundo o presidente do União Brasil, Antônio Rueda:
“Informamos a todos os detentores de mandato que devem renunciar a qualquer função que ocupem no governo federal. Em caso de descumprimento desta determinação, se dirigentes dessa federação nos seus estados, haverá afastamento de ato contínuo. Se a permanência persistir, serão adotadas punições disciplinares previstas no estatuto. Esta decisão representa um gesto de clareza e coerência. É isso que o povo brasileiro e eleitores exigem dos seus representantes”.
A determinação estabelece o dia 30 de setembro como prazo final para a saída dos ministros vinculados à federação. Nos bastidores, líderes partidários destacam que a ruptura vem sendo gestada há meses, mas foi precipitada após críticas de Lula ao presidente do União Brasil, Antonio Rueda, e cobrança de apoio dos ministros do Centrão.
O desfecho tem implicações diretas no cenário político do Maranhão. Fufuca é pré-candidato ao Senado em 2026, e a decisão sobre seu desligamento do governo pode influenciar sua força eleitoral. Enquanto alguns aliados avaliam que a saída prematura poderia reduzir o espaço do estado na Esplanada, outros acreditam que o retorno antecipado permitirá a reorganização das bases eleitorais, fortalecendo sua candidatura, especialmente com a provável consolidação de uma frente entre PP, União Brasil e o governador Carlos Brandão (PSB).
O movimento de desembarque também insere o PP e o União Brasil em um contexto de articulação nacional mais amplo. A federação busca aproximação com o PL, consolidando uma estratégia oposicionista ao governo federal. Mesmo sob pressão, Fufuca ainda não formalizou a saída do ministério. Tanto ele quanto Sabino planejam solicitar audiências com Lula para apresentar cartas de agradecimento e justificar que a decisão decorre de compromissos partidários. Até que isso aconteça, o destino do ministro do Esporte segue indefinido, dividido entre manter a influência em Brasília ou retornar ao Maranhão.
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/09/fufuca-tem-30-dias-para-deixar-ministerio/