A política de valorização do salário mínimo no Brasil deverá gerar um aumento significativo nos gastos da Previdência Social nos próximos anos, segundo estimativas do economista Fabio Giambiagi.
Nos próximos quatro anos, esse impacto pode alcançar R$ 100 bilhões, e ao longo de uma década, chegar a R$ 550 bilhões.
Projeções do governo federal indicam que as despesas com benefícios previdenciários devem atingir R$ 972 bilhões em 2025.
A política de valorização do salário mínimo inclui reajustes que consideram a inflação e o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB).
Em 2024, o salário mínimo teve um aumento de 3% acima da inflação.
Para 2025, está previsto um ganho real de 2,9%, em linha com o crescimento do PIB registrado em 2023.
Apenas o ganho real do salário mínimo pode resultar em um acréscimo de R$ 12 bilhões nas despesas, podendo alcançar R$ 131 bilhões entre 2025 e 2028.
Além de impactar diretamente a Previdência Social, a política de valorização do salário mínimo também exerce pressão sobre o arcabouço fiscal do país, cujo limite de crescimento é mais restrito, limitado a até 2,5% acima da inflação.
Fabio Giambiagi enfatizou que mudanças nessa regra têm implicações significativas para o futuro da Previdência Social, observando que a reforma de 2019 não foi projetada para reduzir os gastos do INSS.
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu compromisso com a política de valorização do salário mínimo, descartando a possibilidade de desvinculação de pensões e benefícios dessa política.
Durante uma cerimônia em Minas Gerais, Lula defendeu firmemente a manutenção do salário mínimo, apesar das preocupações econômicas levantadas pela equipe econômica do governo.
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2024/07/gastos-com-a-previdencia-subira-ao-menos-r-100-bilhoes-em-4-anos/