
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considera a possibilidade de nomear uma mulher para o cargo de Advogada-Geral da União (AGU), caso o atual titular da pasta, Jorge Messias, seja o escolhido para preencher a vacância aberta no Supremo Tribunal Federal (STF). Essa hipótese tem ganhado força nos bastidores do Palácio do Planalto, impulsionada por crescentes demandas políticas e sociais para que o presidente indique uma ministra ao Supremo, aumentando a representação feminina na mais alta Corte do país — atualmente restrita à ministra Cármen Lúcia.
Caso Messias seja efetivamente nomeado ministro do STF, o presidente Lula pode aproveitar a oportunidade para substituí-lo na AGU por uma mulher, elevando o total de mulheres em funções de primeiro escalão no governo federal para 11.
Nomes em análise para a AGU
Se for consultado sobre a sucessão na AGU, Jorge Messias deve sugerir nomes oriundos da própria instituição. As candidatas em avaliação possuem perfis técnicos e sólida experiência na área.
Entre as principais opções está Isadora Cartaxo, advogada da União e atual secretária-geral de Contencioso. Ela é amplamente reconhecida por sua alta qualificação e por coordenar as ações da AGU perante o STF, onde mantém bom relacionamento com os ministros.
Outra cotada é Clarice Calixto, também advogada da União e procuradora-geral da União. Ela demonstra habilidade política e trânsito com diversas esferas do governo, sendo considerada um nome de consenso dentro da Advocacia-Geral. A procuradora da Fazenda Nacional Anelize Almeida também surge entre as opções. Valorizada por sua competência técnica, ela possui bom relacionamento com a equipe econômica e conta com o apoio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Correndo por fora, são citados os nomes de Adriana Venturini, procuradora-geral Federal, e Flávio Roman, procurador do Banco Central e atual AGU substituto. Ele é o único nome masculino na lista de cotados e representaria uma solução de continuidade e praticidade, por já exercer a função interinamente.
A demanda por mais mulheres no STF
O debate sobre a presença feminina no Supremo Tribunal Federal retornou ao centro das discussões após a escolha do presidente Lula para a vaga deixada por Rosa Weber em 2023, quando o presidente optou por nomear Flávio Dino. A pressão por uma indicação feminina também emana de movimentos feministas e de parlamentares da base aliada, que enxergam na nova nomeação uma chance histórica de aumentar a diversidade de gênero e raça no STF.
Em seus 134 anos de existência, o Supremo Tribunal Federal já nomeou 172 ministros, dos quais apenas três foram mulheres — nenhuma delas negra. As ministras que já integraram a Corte foram:
- Ellen Gracie, nomeada em 2000 por Fernando Henrique Cardoso, aposentada em 2011;
- Cármen Lúcia, indicada por Lula em 2006 e atualmente em exercício;
- Rosa Weber, nomeada por Dilma Rousseff em 2011 e aposentada em 2023.
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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/10/governo-avalia-indicar-mulher-para-chefia-da-agu-em-caso-de-saida-de-jorge-messias-para-o-stf/