30 de julho de 2025
Democracia corre risco como no período nazista, diz Lula
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta terça-feira (29), em Brasília, que existe a possibilidade de um diálogo entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump para tratar das tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. De acordo com ele, embora ainda não haja previsão de encontro entre os líderes, os canais diplomáticos seguem abertos e em funcionamento.

“É papel nosso, dos ministros, justamente azeitar os canais para que a conversa, quando ocorrer, seja a mais dignificante e edificante possível”, afirmou Haddad, destacando os esforços conjuntos com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que está nos Estados Unidos, e com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que também atua junto ao setor produtivo.

Segundo o ministro, o contato direto entre os chefes de Estado demanda uma preparação prévia que respeite os valores de ambas as nações. “Tem que haver uma preparação antes para que seja uma coisa respeitosa, para que os dois povos se sintam valorizados à mesa de negociação, não haja um sentimento de viralatismo, de subordinação”, acrescentou.

Haddad também criticou a pressão por decisões apressadas e defendeu uma abordagem estratégica. “[Temos que] virar um pouquinho a página da subserviência e, com muita humildade, nos colocar à mesa, mas respeitando os valores do nosso país”, disse o ministro em conversa com jornalistas no Ministério da Fazenda.

Enquanto isso, uma comitiva formada por oito senadores brasileiros está em Washington em busca de interlocução com congressistas norte-americanos, na tentativa de conter os efeitos das tarifas.

A nova taxação, anunciada pelo presidente dos EUA no último dia 9 de julho, prevê uma alíquota de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.

Sinais de abertura

Apesar do prazo apertado, Haddad afirmou que já há “algum sinal de interesse” e “sensibilidade” por parte das autoridades americanas. “Alguns empresários estão fazendo chegar ao nosso conhecimento que estão encontrando maior abertura lá, não sei se vai dar tempo até dia 1º”, disse o ministro, ressaltando que as conversas devem continuar mesmo após a entrada em vigor das tarifas.

“Estão ficando mais claros, agora, os pontos de vista do Brasil em relação a alguns temas que não eram de fácil compreensão por parte deles”, avaliou Haddad. Para ele, não há motivo para que a relação amistosa entre os dois países seja abalada.

O ministro também destacou os esforços do vice-presidente Alckmin nas tratativas com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick. “Ontem mesmo houve uma conversa mais longa, terceira e mais longa conversa que tiveram”, contou.

Medidas de contingência

Enquanto as negociações seguem, o governo brasileiro já finalizou um plano de contingência para mitigar os impactos do tarifaço. O documento está nas mãos do presidente Lula e foi elaborado por quatro pastas: Fazenda; Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; Relações Exteriores; e Casa Civil.

Entre as medidas previstas está a possível recriação de um programa de manutenção do emprego, nos moldes do que foi adotado durante a pandemia da covid-19. Segundo Haddad, cabe agora ao presidente decidir “a escala, o montante, a oportunidade, a conveniência e a data” para a aplicação das ações.

“O Brasil vai estar preparado para cuidar das suas empresas, dos seus trabalhadores e, ao mesmo tempo, se manter permanentemente numa mesa de negociação, buscando racionalidade, buscando respeito mútuo e estreitamento das relações”, concluiu o ministro.

*Fonte: Agência Brasil

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Fonte: https://oimparcial.com.br/brasil/2025/07/governo-nao-descarta-conversa-entre-lula-e-trump-sobre-tarifas-a-produtos-brasileiros/