
Deflagrada na última semana, a guerra entre Irã e Israel pode acabar em breve caso não haja entrada de outros países no conflito. O fim dos ataques de ambos os lados, no entanto, pode chegar mais rápido não por uma conciliação, mas pela capacidade das nações de manter os combates.
Fontes ouvidas pelo jornal estadunidense Washington Post mostram que nem o sistema de defesa de Israel, nem os mísseis iranianos podem durar muito tempo.
Segundo especialista ouvido pelo jornal, a barreira antimísseis do território israelense deve aguentar apenas de 10 a 12 dias se o Irã mantiver ataques constantes. “Eles precisarão selecionar o que desejam interceptar, o sistema já está sobrecarregado”, disse a fonte, que preferiu manter o anonimato.
O custo também é um fator decisório no poderio bélico de Israel. Segundo o periódico israelense The Maker, os mecanismos de interceptação custam 1 bilhão de shekels, US$ 285 milhões, por noite.
Agências de notícias do Irã já expuseram intenção do país em desgastar as barreiras de proteção dos inimigos e atingir os alvos pretendidos dentro de Israel. Por outro lado, israelenses estimam que o país islâmico não tenha mísseis o suficiente concluir a estratégia.
Estimativas das autoridades de inteligência israelense estimam que o Irã tenha 2 mil mísseis capazes de viajar 1.933km até atingir o adversário. No entanto, parte deles teria sido destruído no ataque surpresa de 13 de junho, orquestrado por Israel. Desde o início das ofensivas iranianas, o país islâmico teria lançado 400 mísseis, dos quais 120 foram eliminados por Israel, é o que aponta o exército israelense.
O Irã também diminuiu a quantidade de mísseis lançados em cada ataque, o que é comemorado pela mídia israelense, que alega baixa nos estoques. Ainda assim, especialistas alertam que metade do arsenal iraniano permanece intacto e que pode haver armamentos escondidos em depósitos subterrâneos.
Tensões internacionais
A preocupação em relação aos estoques bélicos surge em meio a pressão a respeito do envolvimento de outros países no conflito. Nesta quarta-feira (18/6), o Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse em entrevista à agência de notícias Interfax que está em contato com os Estados Unidos para evitar investida norte-americana. Segundo ele, a entrada nos EUA poderia gerar “desestabilização” do Oriente Médio.
Em resposta, Donald Trump fez mistério sobre as intenções do país. “Talvez eu faça, talvez, não. Quer dizer, ninguém sabe o que vou fazer”, disse.
O presidente russo Vladimir Putin também já demonstrou disponibilidade para atuar como mediador no conflito.
Em Israel, o governo de Benjamin Netanyahu segue os esforços para convencer os EUA a dar acesso à GBU-57A/B, ou Massive Ordnance Penetrator (MOP), arma de propriedade exclusiva do país de Trump. Arma é considerada a maior bomba “antibunker” não nuclear do mundo e poderia penetrar bunkers subterrâneos do Irã.
*Fonte: Correio Braziliense
Fonte: https://oimparcial.com.br/policia/2025/06/guerra-entre-israel-e-ira-pode-acabar-rapido-por-falta-de-armamentos-diz-jornal-dos-eua/