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O grupo Hamas confirmou oficialmente, nesta segunda-feira (29), a morte de Abu Obeida, figura que personificou a comunicação da organização por quase duas décadas. A declaração foi transmitida via Telegram, encerrando meses de especulações e silêncio por parte do grupo palestino, após as Forças de Defesa de Israel (FDI) terem reivindicado o assassinato do porta-voz durante uma incursão militar na Faixa de Gaza.

Abu Obeida ocupava o posto desde meados de 2007. Sua imagem tornou-se internacionalmente reconhecida pelas aparições em vídeo onde mantinha o rosto sempre oculto pelo tradicional lenço keffiyeh. Além de Obeida, o comunicado do Hamas confirmou a perda de outras lideranças estratégicas de seu braço armado, as Brigadas Al-Qassam, incluindo Mohammed Sinwar, apontado como sucessor de Yahya Sinwar e peça-chave na estrutura militar da organização.

Trégua e impasses diplomáticos

As confirmações de baixas na cúpula do Hamas ocorrem em um momento de delicada estabilidade regional. Desde o início de outubro, a Faixa de Gaza encontra-se sob um regime de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos. Embora a trégua venha sendo mantida, a transição para a segunda fase do plano de paz enfrenta obstáculos severos. Esta etapa prevê tópicos sensíveis, como o desarmamento progressivo do Hamas, a implementação de uma nova estrutura de governança para o enclave e o início da reconstrução da infraestrutura devastada.

Agenda internacional e reféns

Um dos pontos de maior tensão para o avanço dos acordos é a devolução do corpo de Ran Gvili, considerado o último refém israelense ainda em território de Gaza. O tema centralizou o encontro diplomático ocorrido nesta segunda-feira, nos Estados Unidos, entre o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente norte-americano Donald Trump.

A resolução do caso dos reféns é vista por Tel Aviv como condição indispensável para qualquer debate sobre o futuro político e administrativo da região.