
O IBGE divulgou os dados do Censo 2022 nessa quinta-feira (9). Os números mostram o Maranhão com a menor renda domiciliar per capita e alguns dos menores rendimentos do trabalho do país.
O rendimento mensal domiciliar per capita no Maranhão foi estimado em R$ 900, o menor entre todas as 27 unidades da federação. Esse valor é menos de um terço do registrado pelo Distrito Federal, líder nacional com R$ 2.999, e equivale a apenas 55% da média nacional, de R$ 1.638.
Dois dos cinco municípios com o menor rendimento domiciliar per capita do país estão no Maranhão: Belágua (R$ 388) e Cachoeira Grande (R$ 389). Apenas Uiramutã (RR), com R$ 289, e dois municípios de Pernambuco e Pará apresentaram situações piores.
Com relação ao rendimento do trabalho, Cachoeira Grande, no Maranhão, detém o título de menor rendimento médio mensal de todos os trabalhos entre os mais de 5,5 mil municípios brasileiros, com um valor de apenas R$ 759. Isso significa que, em média, os trabalhadores do município ganhavam abaixo de um salário mínimo, que era de R$ 1.212 em 2022. O estado ainda teve outros cinco municípios entre os vinte com os menores rendimentos do trabalho no país.
Ocupação
O nível de ocupação no Maranhão, de 45,6%, foi um dos mais baixos do país, ficando à frente apenas de Alagoas em uma comparação regional. Essa baixa inserção no mercado de trabalho formal se reflete na composição da renda familiar. Enquanto no Brasil 75,5% do rendimento domiciliar total vinha do trabalho, no Maranhão e em outros estados do Nordeste, essa participação é significativamente menor, indicando uma dependência maior de aposentadorias, pensões e programas de transferência de renda.
No Maranhão, as populações preta, parda e indígena – que representam a grande maioria dos habitantes – concentram os maiores percentuais de ocupados com baixa escolaridade e os menores rendimentos, perpetuando um ciclo de vulnerabilidade econômica.
Os dados do Censo 2022 reforçam a urgência de políticas públicas específicas para o estado, que enfrenta o desafio de gerar ocupação de qualidade e melhorar a qualificação da sua força de trabalho, enquanto lida com uma das mais sérias situações de pobreza e desigualdade do Brasil.
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/10/ibge-maranhao-possui-a-menor-renda-domiciliar-do-pais/