28 de setembro de 2025
Economia brasileira atinge maior patamar da série histórica
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A noção de empreendedorismo está associada à criação por alguém de um negócio para aproveitar uma oportunidade de obter renda proveniente deste, assumindo e calculando os riscos naturalmente nele envolvidos. O economista Schumpeter é o teórico mais alinhado a essa noção e diz que o “empreendedor é o agente fundamental da destruição criativa, impulsionando a inovação que promove o desenvolvimento econômico ao introduzir no mercado novas combinações de bens, serviços, métodos de produção e organização”.

Segundo pesquisa de 2024 do MONITOR GLOBAL DO EMPREENDEDORISMO (GEM, no inglês), a maior pesquisa sobre empreendedorismo do mundo, o Brasil apresentou naquele ano uma Taxa de Empreendedorismo, dada pela proporção da população adulta (18-64 anos) que está envolvida com um empreendimento sobre a população total, de 33,4%, a quinta no ranking dos 55 países que participaram da investigação. O Brasil também ocupou nesse mesmo estudo a segunda maior taxa de população adulta, em números absolutos, que não é empreendedora, mas deseja ser nos próximos anos.

Estes números são inteiramente convergentes com outras informações, segundo as quais “ter o próprio negócio” representava o terceiro maior sonho do brasileiro, 34% da população, ficando atrás apenas do desejo de “comprar a casa própria” (39%) e “viajar pelo Brasil” (35%). Ainda em 2024, havia 47 milhões de brasileiros à frente de um empreendimento e/ou envolvido na criação de um.

Uma das razões do grande significado destas constatações deve-se à importância da atividade empreendedora no Brasil relativamente à evolução do número de pessoas que estão em atividade no mercado de trabalho, ou seja, que estão “empregadas”.  O IBGE na sua PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS CONTÍNUA (PNAD C) acompanha este universo, pesquisando a evolução do número e de outras características dos DONOS DE NEGÓCIOS, isto é, a soma do número de EMPREGADORES (indivíduos à frente de empreendimentos com empregados) e dos CONTA PRÓPRIA (indivíduos à frente de empreendimentos sem empregados).

Segundo a PNAD do quarto trimestre de 2024, o Brasil tinha 30,4 milhões de DONOS DE NEGÓCIOS.   São Paulo, Minas Geraes e Rio de Janeiro detinham na ocasião quase 42% dos DONOS DE NEGÓCIOS existentes no país, cabendo ao Maranhão a 13ª posição dentre as unidades federativas. Fica assim clara a importância desta atividade no país.

De outro lado, o impacto da atividade empreendedora no Brasil também se manifesta quanto à renda da população do país. Uma evidência dessa dimensão se encontra no fato que, ao final do ano de 2024, 76% dos MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS, ou 7,4 milhões de pessoas, e 71% dos MICROEMPRRENDEDORES e EMPREENDEDORES DE PEQUENO PORTE, equivalente a 6,9 milhões de pessoas, tinham na atividade empreendedora a única fonte de renda.  No Maranhão, por sua vez, 61% dos DONOS DE NEGÓCIOS ganhavam até 1 Salário-Mínimo por mês, no mesmo período.

Quanto ao emprego, os MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS, OS MICROEMPRESÁRIOS E OS DE PEQUENO PORTE, num total de 19,5 milhões de unidades, foram responsáveis por 72,6% dos empregos formais gerados no país no último trimestre de 2024, encontrando-se eles distribuídos majoritariamente nos setores dos SERVIÇOS, COMÉRCIO e CONSTRUÇÃO.

Segundo estudos do Sebrae e de outras fontes, estima-se que 22,6 milhões de pessoas são impactadas diretamente pela atividade do MEI, enquanto 21,5 milhões são impactados diretamente pelas atividades dos Micro e Pequenos Empreendedores. Isto significa que existem 44,1 milhões de pessoas no Brasil DIRETAMENTE impactadas pelos Pequenos Negócios. O impacto direto se refere ao empreendedor e seu núcleo familiar, apenas.

Quando se leva em conta que a POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA do Brasil soma 110 milhões de pessoas, constata-se que 40 % dos brasileiros economicamente ativos são DIRETAMENTE impactados pelos pequenos negócios. Quando se consideram as pessoas DIRETA e INDIRETAMENTE impactadas, significando impacto indireto a inclusão dos empregados nas empresas e suas famílias, pelas atividades dos Micro e Pequenos Empreendedores, num total de 74,5 milhões de pessoas, e as diretamente impactadas pela atividade do MEI, 22,6 milhões, totalizando 97,1 milhões de pessoas, tem-se um impacto DIRETO e INDIRETO ainda maior, desta feita de 46% sobre a POPULAÇÃO TOTAL de 211 milhões.

Vê-se assim o real e significativo impacto das atividades empreendedoras no Brasil, que deve ser inspiração para a realização de um grande movimento nacional pró-empreendedorismo como uma estratégia real e factível de desenvolvimento para o país.

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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/09/impactos-do-empreendedorismo-no-brasil/