26 de outubro de 2025
Inadimplência em São Luís atinge menor nível desde 2020
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A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA) em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), registrou em julho de 2025 estabilidade no endividamento das famílias em São Luís, passando de 69,2% para 69,3%.

O resultado sinaliza uma acomodação após oito meses consecutivos de queda, iniciada em novembro de 2024, e indica maior previsibilidade nas finanças domésticas.

O destaque do levantamento foi a redução da inadimplência, que caiu de 29% para 27,3%, menor índice desde maio de 2020, aproximando-se do patamar pré-pandemia.

Essa melhora é atribuída à substituição de modalidades de crédito mais caras, como o cartão rotativo, por alternativas mais acessíveis, como o consignado – cujo volume cresceu 11,8% em 12 meses, segundo o Banco Central – e à entrada em vigor da Lei 14.690/2023, que limitou os juros do cartão de crédito.

A recuperação do mercado de trabalho também tem desempenhado papel importante nesse cenário. Entre janeiro e maio de 2025, a Grande Ilha de São Luís gerou 5.973 empregos formais, especialmente nos setores da construção e serviços. Programas de transferência de renda, como Bolsa Família, Auxílio Gás, Pé-de-Meia e Maranhão Livre da Fome, contribuíram para aliviar a pressão sobre o orçamento das famílias de menor renda, garantindo o consumo básico e evitando endividamentos mais severos.

O cartão de crédito continua sendo a principal modalidade de dívida para os consumidores com 77,3%, chegando a 78,8% entre os de menor renda. Já nas famílias de maior poder aquisitivo, prevalecem financiamentos de veículos e imobiliários. A taxa média de comprometimento da renda com dívidas se manteve em 30,1%, com prazo médio de 6,3 meses para quitação.

A redução da inadimplência também reflete a ampliação de renegociações e a atuação de bancos digitais que reestruturam dívidas antes da negativação. Entre os inadimplentes, 59,9% afirmam ter condições de quitar parte de seus débitos e 18,2% dizem que poderão pagar o valor total. O tempo médio de atraso é de 60 dias, sendo que 64,3% dos casos estão entre 30 e 90 dias – faixa considerada de recuperação potencial pelo sistema financeiro.

Para o presidente da Fecomércio-MA, Maurício Feijó, o resultado reforça um cenário mais equilibrado de consumo entre os ludovicenses. “Os números mostram que estamos retomando o controle sobre as finanças domésticas. O acesso a crédito mais barato, aliado à recuperação do emprego e à manutenção de políticas de apoio à renda, cria condições melhores para o consumo, fortalecendo a economia local”, destacou o presidente.

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/08/inadimplencia-em-sao-luis-atinge-menor-nivel-desde-2020/