
A Polícia Civil do Maranhão indiciou oito pessoas por envolvimento em um esquema de jogos de azar online e lavagem de dinheiro, que teria como principal articuladora a influenciadora digital Tainá Souza. A investigação faz parte da Operação Dinheiro Sujo, que já havia resultado na apreensão de veículos de alto padrão, bolsas de grife, dólares, motos aquáticas e imóveis suspeitos de terem sido adquiridos com recursos ilícitos.
Segundo a polícia, o grupo possuía uma estrutura organizada com divisões claras de atuação. Um núcleo cuidava da promoção dos jogos ilegais e da captação de apostadores, contando com Tainá, seu irmão Otávio Vitor Lima, o ex-namorado Neto do Duailibe, além de Isabela Talita Nascimento Gonçalves e Marília Dutra Pinto. Outro setor era dedicado à lavagem de dinheiro, envolvendo a própria influenciadora, seu irmão, o ex-namorado, o pai Otávio Theodosio de Souza Filho e a advogada Maria Angélica, principalmente por meio da compra de imóveis registrados em nome de terceiros.
Havia ainda um braço voltado à segurança, comandado por um homem identificado como Davi e integrado pela advogada Maria Angélica e pelo policial militar Lauanderson Silva Salazar, que prestavam serviços de proteção à influenciadora de forma irregular.
Durante as investigações, foi encontrada uma lista com nomes de autoridades e jornalistas supostamente “marcados para morrer”. O delegado Pedro Adão, do Departamento de Combate a Crimes Tecnológicos, afirmou que não há provas de que o grupo tivesse um plano concreto de execução, tratando-se apenas de uma intenção, mencionada em conversa entre Tainá e seu pai.
Tainá está presa desde 2 de agosto. Inicialmente, a Justiça havia determinado medidas cautelares, como a proibição do uso de redes sociais, mas a influenciadora teria descumprido a decisão ao alterar seu perfil de público para privado, o que motivou a decretação da prisão preventiva.
Outro ponto apurado envolve a advogada Maria Angélica, também indiciada por tráfico de influência. A polícia sustenta que ela teria exigido pagamentos de Tainá sob a alegação de repassar valores a policiais e delegados da SEIC, prometendo blindar a influenciadora contra investigações. Em julho, Maria Angélica teria enviado uma foto à cliente afirmando que a “proteção” havia sido renovada após pagamento de suborno; no dia seguinte, Tainá foi alvo da operação.
O celular do pai da influenciadora está em análise, e novos pedidos de prisão não são descartados. Já os aparelhos dos outros investigados não foram localizados ou permanecem bloqueados, como o da própria advogada. O telefone entregue por Tainá à polícia, segundo os investigadores, não seria o que ela realmente utilizava. Até agora, a influenciadora não prestou depoimento e Maria Angélica deixou a defesa, que passou a ser conduzida por outro escritório.
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/08/influenciadora-taina-souza-e-apontada-como-lider-de-esquema-de-jogos-de-azar/