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O ex-presidente Jair Bolsonaro será submetido a uma nova intervenção médica às 14h desta segunda-feira (29) para tratar crises persistentes de soluço. O procedimento consiste no bloqueio do nervo frênico esquerdo, técnica de radiointervenção que utiliza a injeção de anestésico local para interromper temporariamente os sinais nervosos que estimulam o diafragma.

Esta é a segunda intervenção desse tipo realizada no ex-presidente nos últimos dias; no sábado (27), ele já havia passado pelo bloqueio do nervo frênico direito. Segundo a equipe médica do Hospital DF Star, o efeito do anestésico dura entre 12 e 18 horas, período em que o paciente permanecerá sob observação rigorosa para avaliar a evolução do quadro e a eficácia da técnica no controle dos espasmos.

Recuperação e cuidados pós-operatórios

Bolsonaro está hospitalizado desde a véspera de Natal e se recupera de uma herniorrafia inguinal bilateral, realizada no dia 25 de dezembro. Durante a cirurgia, que durou cerca de três horas, foi aplicado um reforço de polipropileno na parede abdominal para corrigir as hérnias. Embora o procedimento principal tenha ocorrido sem intercorrências, a persistência dos soluços e a necessidade de fisioterapia para reabilitação e profilaxia contra trombose venosa devem estender sua permanência no hospital, com previsão de que passe a virada de ano internado.

O boletim médico indica que o ex-presidente apresenta boa evolução clínica, está consciente e não necessita de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A alta hospitalar ainda não tem data definida, dependendo exclusivamente da retomada da capacidade de autocuidado e da estabilização das crises de soluço.

Contexto jurídico

A internação hospitalar ocorre sob autorização judicial, uma vez que Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e 3 meses de prisão, após condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado e outros crimes. Ele foi autorizado a deixar a Superintendência da Polícia Federal especificamente para a realização do tratamento médico e da cirurgia, sob a condição de retornar à custódia assim que houver liberação por parte da equipe de saúde.