4 de julho de 2025
Jornalistas de todo o país se reúnem no Rio para
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O Rio de Janeiro foi palco, neste domingo (25), do seminário “A Socioeconomia do Clima”, promovido pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), com apoio do e-mundi (Encontro Mundial de Jornalistas). O evento reuniu jornalistas de diversos estados brasileiros para debater os principais desafios e caminhos para o enfrentamento das mudanças climáticas, com foco na COP30, que acontece em novembro, em Belém (PA).

Novas rotas para o financiamento climático

Na abertura do encontro, Maria Netto, diretora executiva do iCS, ressaltou que o cenário internacional do financiamento climático está mudando. Segundo ela, blocos econômicos e instituições fora do eixo tradicional, como o Banco Asiático de Infraestrutura e o New Development Bank, estão ganhando espaço na destinação de recursos para projetos ambientais.

“Vivemos uma nova geografia do financiamento climático. É urgente diversificar as fontes de recursos para garantir uma resposta efetiva aos desafios que enfrentamos”, disse Netto.

O Brasil como referência em energia limpa

A especialista em direito ambiental Caroline Prolo, sócia da Fama Re.Capital e cofundadora da LACLIMA, destacou o potencial brasileiro em liderar uma nova economia verde, com base na energia renovável e nos minerais críticos presentes no território nacional, especialmente no Nordeste.

“Temos uma vantagem competitiva clara. É hora de transformar recursos naturais em oportunidades sustentáveis e inclusivas para a população local”, afirmou.

Ela também reforçou que novas fontes de financiamento verde estão sendo desenvolvidas por países como Noruega e Emirados Árabes, ampliando as possibilidades de investimento no Brasil.

Governos locais e o federalismo climático

Durante o painel sobre arcabouço institucional, o gerente de Política Climática do iCS, Walter De Simoni, defendeu a importância de incluir estados e municípios na agenda climática nacional. Embora não participem diretamente das negociações internacionais, são essas esferas que colocam em prática os projetos e políticas públicas.

“O debate climático é, também, sobre desenvolvimento regional. Precisamos pensar o federalismo climático como um arranjo colaborativo entre todos os níveis de governo”, pontuou.

De Simoni apresentou o Anuário Estadual de Mudanças Climáticas, que analisa os avanços e lacunas dos estados brasileiros nas políticas ambientais. Ele destacou que o sucesso da energia solar em Minas Gerais é um exemplo positivo de alinhamento entre poder público e setor privado.

Riscos climáticos e impacto no setor de seguros

O ex-ministro do Planejamento e atual presidente da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), Dyogo Oliveira, alertou para os riscos crescentes das mudanças climáticas no Brasil. O exemplo mais recente, segundo ele, é a tragédia climática em Porto Alegre (RS).

“O país, antes visto como não catastrófico, agora já é considerado de alto risco pela indústria global de seguros. Isso muda completamente a forma como os investimentos e proteções são planejados”, explicou.

Dyogo ressaltou que o setor de seguros brasileiro precisa se adaptar urgentemente a essa nova realidade e estruturar mecanismos de resposta aos desastres climáticos.

Próximos debates

O seminário continua nesta segunda-feira (26), reunindo mais especialistas, representantes de instituições e autoridades para aprofundar discussões sobre bioeconomia, marcos regulatórios e estratégias de financiamento voltadas à transição ecológica no Brasil.

Foto: Divulgação/ Reginaldo Pimenta

Fonte: https://oimparcial.com.br/clima/2025/05/jornalistas-de-todo-o-pais-se-reunem-no-rio-para-discutir-clima-e-acoes-rumo-a-cop30/