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A audiência de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi realizada nesta quinta-feira (04), às 15h34 (horário local), na Corte de Apelação italiana, em Roma. O tribunal decidiu adiar a definição do caso. A corte examinará novos documentos anexados pela defesa da parlamentar antes de anunciar a decisão final sobre sua extradição. Zambelli está presa há quase 130 dias. Uma nova audiência sobre o caso está marcada para o dia 18 de dezembro.

A deputada, que estava acompanhada do marido, Antonio Aginaldo, não falou com os jornalistas ao chegar, limitando-se a cumprimentar a imprensa com uma piscadela. A audiência ocorreu a portas fechadas.

A defesa de Carla Zambelli relatou que reuniu novos documentos para sustentar a tese de perseguição política. Esta linha foi reforçada, segundo a defesa, pelo parecer contrário à cassação de Zambelli apresentado pelo relator da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara, deputado Diego Garcia (Republicanos-PR).

A Embaixada do Brasil na Itália, que contratou o advogado da Advocacia-Geral da União (AGU), Alessandro Gentilon, para acompanhar o caso, tem até o dia 10 de dezembro para opinar sobre os argumentos apresentados pela defesa.

Prisão e condenações

Carla Zambelli anunciou que havia saído do Brasil no dia 3 de junho, alegando que estava fora do país há alguns dias para tratamento médico na Itália. Logo após seu anúncio de saída, a prisão preventiva da deputada foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A parlamentar foi detida na Itália em julho, após uma operação conjunta entre autoridades brasileiras e italianas, e permanece presa desde então em uma penitenciária na zona metropolitana de Roma.

Zambelli tem duas condenações no Brasil:

Foi condenada a 10 anos e 8 meses pela invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sendo considerada a autora intelectual da ação.
Foi condenada a 5 anos e 3 meses por porte ilegal de arma, em razão do caso em que perseguiu um opositor apontando-lhe a arma, às vésperas das eleições de 2022.