![Ligue 180 quase dobra a quantidade de registros em 2024](https://gazetadoleste.com/wp-content/uploads/2025/02/Ligue-180-quase-dobra-a-quantidade-de-registros-em-2024.png)
O Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, dispositivo fundamental para estratégia de enfrentamento da violência contra a mulher no Brasil, totalizou em 2024, cerca de 17.832 atendimentos documentados no Maranhão, que corresponde no aumento de 99,7% em relação ao ano anterior, quando 8.928 foram registrados. Ano passado no estado maranhense, houve uma elevação de 49,4% no número de casos registrados, passando de 1.896 em 2023 para 2.833 em 2024. Da totalidade, 2.585 foram concebidas via telefone e 209 por aplicativo de mensagem.
Entre as denúncias de 2024, 1.606 foram relatadas pela própria vítima, enquanto 1.227 foram apresentadas por terceiros. A residência da vítima ainda é o local onde mais situações de violência são contabilizadas: 1.118 denúncias possuíam este contexto. A casa compartilhada por vítima e agressor também é cenário de grande parte das denúncias no estado, com 1.083 registros.
Os números indicam que há mulheres que vivenciam todos os dias tais situações de violências. No maranhão, a frequência diária foi constatada em 1.336 atendimentos, enquanto 534 afirmaram que as agressões acontecem ocasionalmente. Entre as vítimas mais frequentes, as mulheres pretas e pardas estão no grupo (1.865) e são os esposos(as) e companheiros(as) – ou ex-companheiros(as) – aqueles que mais realizam atos violentos (1.276).
Para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, o significativo aumento no registro de atendimentos realizados pela central reflete a maior confiança da população do país, em especial das mulheres, no Ligue 180, que vem recebendo uma série de aprimoramentos desde 2023, com a reestruturação prevista na retomada do Programa Mulher Viver sem Violência (Decreto nº 11.431/2023).
“Temos investido na capacitação das profissionais que realizam o atendimento e o acolhimento das mulheres, tanto para a informação sobre direitos e serviços da rede, como para o correto tratamento e encaminhamento das denúncias aos órgãos competentes, aumentando a confiança no canal. Além disso, temos intensificado as campanhas para ampliar a divulgação do Ligue 180, inclusive o atendimento no WhatsApp“, destaca a ministra.
Dados
Nacional
Ano passado, a Central Ligue 180 atendeu 691.444 ligações de todo o país, representando uma elevação de 21,6% em relação a 2023. O registro de atendimentos pelo WhatsApp, lançado em abril de 2023, passou de 6.689 em 2023 (743/mês) para 14.572 em 2024 (1214/mês), resultando em um salto de 63,4%.
2 mil por dia
Ao todo, contabilizando telefonia, WhatsApp, e-mail, e outros canais de atendimento, o Ligue 180 realizou 750.687 atendimentos em 2024, representando uma média de 2.051 por dia. O número de denúncias realizadas à Central Ligue 180 também elevou, passando de 114.626 em 2023 para 132.084 em 2024. Do total, 38.470 foram feitas pela própria vítima e 86.105 foram realizadas anonimamente.
Etnia/Cor da vítima
Dentre os casos em que foi declarada raça/cor da vítima, as mulheres negras estão entre a maioria (52,8%) das denúncias do ano passado, somando 53.431 de registros contra mulheres pardas e 16.373 contra mulheres pretas. Além disso, mulheres brancas totalizam 48.747 denúncias, seguidas por amarelas (779) e indígenas (620). Em 12.134 denúncias, a cor-etnia das vítimas não foi identificada.
Idade
Em relação à idade, os números indicam que as faixas etárias mais atingidas foram mulheres entre 40 e 44 anos (18.583 denúncias), de 35 a 39 anos (17.572 denúncias) e entre 30 a 34 anos (17.382 denúncias).
Tipos de violência
Ao todo, 573.131 violações foram relatadas ao Ligue 180 em 2024, uma diminuição de 3,9% em relação a 2023, quando 596.600 violações foram computadas. Os tipos mais comuns foram a violência psicológica (101.007 denúncias); seguida pela física (78.651); patrimonial (19.095); sexual (10.203), violência moral 9.180) e cárcere privado (3.027). Segundo a metodologia utilizada pela Central, uma denúncia pode possuir mais de um tipo de violação de direitos das mulheres.
Relação entre suspeito e vítima
Os dados do ano passado demonstram a predominância de suspeitos com íntima relação e/ou familiar com a vítima: companheiros(as) atuais, com 17.915 denúncias, ou ex, com 17.083 denúncias.
Contexto das violações
Em relação ao local em que ocorreram as violações, o ambiente doméstico e familiar foi o cenário mais recorrente. A “casa da vítima” apareceu em 53.019 denúncias, seguida pela “casa onde reside a vítima e o suspeito” (43.097 denúncias) e a “casa do suspeito” (7.006). Já a internet somou 6.920 denúncias.
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/02/ligue-180-quase-dobra-a-quantidade-de-registros-em-2024-no-maranhao/