3 de novembro de 2025
Lô Borges, um dos fundadores do Clube da Esquina, morre
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O cantor e compositor mineiro Lô Borges, um dos fundadores do lendário Clube da Esquina, morreu por volta das 22h desse domingo (2/11), no Hospital da Unimed, em Belo Horizonte. O artista, de 73 anos, estava internado há 18 dias, desde que deu entrada na unidade de saúde comum quadro de intoxicação medicamentosa. 

Lô Borges estava internado na capital mineira desde 17 de outubro. Durante o período de tratamento, o músico passou por diversos procedimentos. No sábado, 25 de outubro, Lô Borges foi submetido a uma traqueostomia para oferecer mais conforto e manter a ventilação mecânica. Apesar de a família ter notado uma melhora nos parâmetros clínicos nos dias seguintes, o artista teve de iniciar o tratamento de hemodiálise em 27 de outubro, em um esforço para auxiliar a função renal. Ele permaneceu traqueostomizado até a data de seu falecimento.

Lô Borges: o garoto prodígio do Clube da Esquina

O primeiro violão, que Lô ganhou aos 13 anos, pertencia a Bituca. Em 1972, os dois lançaram o icônico álbum “Clube da esquina”.

Lô Borges tinha 10 anos quando conheceu Milton Nascimento, jovem vindo de Três Pontas levado por seu irmão, Marilton, ao apartamento da família no Edifício Levy, no Centro de BH. O menino ficava ali, ouvindo o amigo Bituca tocar com os irmãos mais velhos – o letrista Márcio Borges foi o primeiro parceiro de Milton.

Algum tempo depois, Milton deu a Lô o primeiro violão. Ele tinha 13 para 14 anos. “Era o violão dele!”, avisou Lô no vídeo divulgado nas redes sociais do amigo.

Resumindo: Milton Nascimento não apostou em Lô Borges quando o convidou para gravarem “Clube da esquina” (1972), álbum que revolucionou a música popular brasileira. Isso ocorreu bem mais cedo “Foi quando eu tinha 13, 14 anos”, corrigiu Lô.

Nascido em janeiro de 1952, Salomão Borges Filho era o sexto da prole de 11 do jornalista Salomão e da professora Maria Fragoso, a Dona Maricota, o casal que abrigou Milton em BH.

Foi ela quem apelidou de Clube da Esquina o local onde Lô, os irmãos e adolescentes amigos se juntavam no Bairro Santa Tereza para cantar e jogar conversa fora, que ficava no encontro das ruas Paraisópolis e Divinópolis.

Lô já era figurinha carimbada no repertório de Milton bem antes do aclamado “Clube da esquina”. O disco “Milton”, de 1970, trazia dois clássicos dele: “Para Lennon e Mc Cartney”, parceria com Fernando Brant e o irmão Márcio Borges, e “Clube da esquina”, a número 1, composta com Milton e Márcio. “Alunar” era a oitava faixa, composta por Lô e Márcio.

Nota de O Imparcial

Em uma entrevista ao jornalista Zema Ribeiro, em 2023, Lô Borges, que era figura constante em São Luís por vários anos, disse que tinha saudade de tocar na cidade. A última vez que o artista esteve no Maranhão foi em 2018, quando se apresentou no Lençóis Jazz e Blues Festival, etapa Barreirinhas.

“Teve uma época que eu ia em São Luís todo ano, quase uma vez por ano. Eu tinha um público fiel em São Luís, os contratantes chamavam, eu ia fazer shows, sempre gostei muito de tocar em São Luís. Tem tantos anos que eu não vou à São Luís, a última vez que eu estive em São Luís foi participando de uma turnê do Milton Nascimento, chamada “Uma travessia” [2013; eu fiz uma participação com seis músicas, uma coisa assim. O público de São Luís sempre foi muito legal comigo, eu tenho saudade de tocar nessa terra aí, velho!.”

* Fonte: Estado de Minas

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/11/lo-borges-um-dos-fundadores-do-clube-da-esquina-morre-aos-73-anos/