
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou nesta quinta-feira (31/7) uma nova reunião com ministros para discutir os impactos do tarifaço oficializado ontem (30) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo fontes a par das negociações, o governo agora tem uma melhor noção do impacto que a sanção terá na economia, e revisa as medidas de compensação para os setores mais afetados.
Os anúncios são esperados a partir da semana que vem. Além disso, a gestão espera maior abertura para negociação por parte das autoridades norte-americanas.
Participaram do encontro de hoje os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Alexandre Padilha (Saúde) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social), além do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Márcio Elias Rosa.
A reunião foi uma continuação do encontro emergencial convocado ontem por Lula, logo após assinatura do decreto por Trump. O governo já possui um leque de medidas compensatórias prontas, voltadas para a proteção das empresas e empregos, e está revisando as opções de acordo com o anúncio dos Estados Unidos.
Cerca de 700 produtos ficaram de fora da sobretaxa de 50%, incluindo laranja e partes de aeronaves — o que trouxe certo alívio para o setor produtivo. O governo estima que 35% das exportações brasileiras para os EUA serão afetadas.
A partir da semana que vem, o Mdic vai retomar reuniões com os setores mais afetados, como os produtores de carne e café. Ainda não há definição se as medidas de compensação serão anunciadas em um pacote, unificadas, ou de forma separada.
Governo ainda espera negociar
Em outra frente, o governo federal espera uma maior abertura para negociação por parte das autoridades americanas nos próximos dias. Porém, o tom cada vez mais político das notas oficiais de Trump, com ataques ao Judiciário brasileiro, tem preocupado.
Segundo interlocutores, o Executivo mantém a mesma disposição para rever os termos da relação comercial, mas não vai ceder em temas que envolvem a soberania brasileira, como a regulamentação das big techs e o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a aliados por tentativa de golpe de Estado.
De volta ao Brasil, o chanceler Mauro Vieira é esperado para uma reunião com o presidente Lula, na qual vai relatar a conversa que teve ontem com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, em Washington, pouco antes da assinatura do decreto por Trump.
Apesar da disposição para o diálogo, integrantes do governo deixam claro que a aplicação da Lei de Reciprocidade ainda está na mesa. O dispositivo permite a aplicação de taxas sobre produtos americanos e até a quebra de patentes. No momento, porém, a prioridade é mitigar o impacto do tarifaço.
*Fonte: Correio Braziliense
Fonte: https://oimparcial.com.br/politica/2025/07/lula-faz-nova-reuniao-sobre-tarifaco-e-prepara-resposta-economica/